¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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quinta-feira, março 06, 2008
 
NUNCA FOI DOGMA



Leio entrevista na Folha de São Paulo do advogado Luís Roberto Barroso, que defende a liberação das pesquisas com células-tronco e representa a ONG Movitae. Segundo o causídico a Igreja Católica tem todo o direito de se manifestar, mas não pode impor o seu ponto de vista.

“Não acho a rigor que haja uma oposição entre cientistas e a igreja. Acho que a Igreja Católica, uma instituição milenar, tem o direito, tem o dever de se manifestar no espaço público, acerca de suas crenças, de seus dogmas. O que naturalmente não deve prevalecer é a imposição de crenças religiosas, dentro de um Estado democrático de Direito, por excelência laico, baseado em valores morais, filosóficos, mas não em valores religiosos. A religião tem espaço muito importante na vida das pessoas, mas um espaço da vida privada. Na vida pública, deve prevalecer o que se denomina razão pública, que são os argumentos que não pertencem a nenhuma doutrina, mas podem ser compartilhados por todas as pessoas. Ninguém quer excluir a igreja católica do debate. Queremos apenas que seja um debate. Não uma imposição de dogmas no âmbito do espaço público”.

Não deixa de ter razão o advogado. Pena que demonstra uma ignorância abissal em termos de doutrina católica. É a mesma ignorância que têm demonstrado alguns ministros e mesmo jornalistas supostamente atilados. A posição da Igreja Católica sobre as pesquisas com células-tronco nunca constituiu dogma. É apenas burrice, teimosia, mania de impor-se ao Estado, por parte da Santa Madre. Nunca foi dogma.