¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

Powered by Blogger

 Subscribe in a reader

sábado, novembro 01, 2008
 
UMA VOZ SENSATA


Em agosto passado, quando a Fundação Getúlio Vargas estabeleceu a renda mensal de R$ 1.064 como parâmetro inicial para definir a classe média, devo ter sido uma das raras vozes a denunciar o absurdo de tal critério. Assim, é com satisfação que leio no Estadão de hoje artigo "Classe média que ainda não é", assinado por José Aristodemo Pinotti, onde o deputado se pergunta:

Não consegui deglutir essa euforia acrítica de classe média majoritária. Outro dia, contou-me um amigo que alguém lhe perguntara: "Como faço para entrar na classe média, se ganho R$ 980?" Respondeu-lhe esse amigo: "É muito fácil, peça ao seu patrão um aumento na Carteira de Trabalho de R$ 84 e, mesmo que não os receba, você passará a ser mais um feliz integrante dessa classe, o que certamente mudará a sua vida."

Não se brinca assim, por atacado, com o povo de um país. Um mínimo de análise é necessário, por isso pergunto: R$ 1.064 são suficientes para prover uma família, mesmo com apenas dois filhos, e manter uma casa com oferta de boa alimentação? E os gastos com transporte, telefone, água, luz, cultura, lazer? É só pela renda familiar que se define a classe média? É tão simples assim? Quem estabeleceu esses limites respondeu às perguntas anteriores?