¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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segunda-feira, dezembro 08, 2008
 
BUSH DESMENTE ASTRÓLOGO


Olavo de Carvalho é um homem privilegiado. Não é todos os dias que o presidente da maior potência internacional ergue sua voz para desmentir um astrólogo. Mais ainda, um astrólogo abaixo da linha do Equador. Que, em artigo eivado de extraordinária lucidez, escreveu em 2005:

O auto-engano coletivo que, partindo da grande mídia americana, penetra nos cérebros brasileiros como uma carga maciça de cocaína, chega ao ponto de abafar, com renitência obstinada e criminosa, os fatos mais essenciais da época, substituindo-os por frases-feitas que, depois de umas quantas repetições, se tornam dogmas da opinião pública e premissas incumbidas de sustentar com sua solidez inabalável as conclusões mais bobocas e mecânicas que um cérebro galináceo poderia produzir.

Exemplo de silogismo:
Premissa maior : Não havia armas de destruição em massa no Iraque.
Premissa menor: Bush disse que havia.
Conclusão : Logo, Bush mentiu para matar criancinhas e encher a Halliburton de dinheiro iraquiano.

Bem, quem disse que não havia armas de destruição em massa no Iraque? A côrte dos iluminados. Os relatórios militares dizem que foram encontrados até agora:
- 1,77 toneladas métricas de urânio enriquecido;
- 1.500 galões de agentes químicos usados em armas;
- 17 ogivas químicas com ciclosarina, um agente venenoso cinco vezes mais mortal que o gás sarin;
- Mil materiais radiativos em pó, prontos para dispersão sobre áreas populosas.
- Bombas com gás de mostarda e gás sarin.

Se essas coisas não são armas de destruição em massa, são o quê? Peças do estojo “O Pequeno Químico”?

Não há no Pentágono quem as ignore. Mas o Pentágono, na guerra de mídia, é nada. Só fiquei sabendo dessas descobertas porque as li no livro de Richard Miniter, Disinformation: 22 Media Myths That Undermine the War on Terror . Miniter, veterano jornalista investigativo, foi colunista do Wall Street Journal e do Washington Post. Escreveu também no New York Times, que hoje pode não gostar muito do que ele diz mas não pode tirá-lo da sua lista de best-sellers , onde ele está entrando pela terceira vez (as duas anteriores foram com Shadow War: The Untold Story of How Bush Is Winning the War on Terror e Losing Bin Laden: How Bill Clinton's Failures Unleashed Global Terror).


Os iluminados, Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 7 de novembro de 2005


Noticiário da semana passada:

Bush admite erro sobre armas nucleares no Iraque

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que o fato mais lamentável de seu governo foi a informação equivocada de que havia armas de destruição em massa no Iraque, que ele não estava preparado para uma guerra quando assumiu o poder.

Bush fez a afirmação ao ABC World News, em uma entrevista que será transmitida na segunda-feira. Ele deixa a Casa Branca no dia 20 de janeiro com índices de desaprovação próximos de um recorde, em parte pela impopular guerra no Iraque, que derrubou o líder Saddam Hussein depois de uma invasão liderada pelos EUA em março de 2003. Mais de 4,2 mil soldados morreram no Iraque.

"O fato mais lamentável de toda a presidência tem que ser a falha de inteligência no Iraque. Muitas pessoas colocaram suas reputações à prova e disseram que armas de destruição em massa eram um motivo para retirar Saddam Hussein", disse Bush.


Enfim, sempre resta a hipótese de que Bush esteja rotundamente enganado a respeito da admissão de seu erro. Vai ver que equivocou-se quando afirmou que lamentava estar equivocado. Confira no vibrante matutino do astrólogo, o Mídia Sem Máscara.