¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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quinta-feira, dezembro 10, 2009
 
ISLÃ NÃO MERECE EUROPA


E segue o baile no baile no galpão. A decisão dos suíços de proibir a construção de minaretes em seu território está granjeando simpatias na Europa. Ontem ainda, Nikolas Sarkozy escreveu um longo artigo no Monde, onde se mostra simpático ao resultado do plebiscito no país vizinho. “Em lugar de condenar irremediavelmente o povo suíço, tentemos também compreender o que eles quiseram expressar e o que sentem tantos povos na Europa, inclusive o povo francês".

Isso sem falar que pesquisas de opinião entre as populações da Espanha, Grã-Bretanha, Bélgica, Alemanha e França indicaram que um referendo sobre a proibição de minaretes seria aprovado, assim como ocorreu na Suíça. E provavelmente também na Holanda e países nórdicos, que já começam a sentir as conseqüências de sua tolerância ao Islã. Em Malmö, Suécia, por exemplo, cinco mil habitantes já abandonaram a cidade por não suportar a convivência com árabes.

No Estadão de hoje, em artigo muito em cima do muro, com o título safado França cristã hostiliza 'convidados', Gilles Lapouge comenta o artigo de Sarkozy: “Na França, a votação suíça provocou indignação. A esquerda considerou o resultado detestável, vergonhoso e populista, de uma grosseria suprema. A Frente Nacional, de Jean-Marie Le Pen, pelo contrário, gostaria que a França seguisse o exemplo da Suíça e também lançou uma pequena cruzada contra os minaretes”.

Lapouge está confundindo França com esquerdas francesas. Esqueceu que a França elegeu Sarkozy como presidente, que não pode ser considerado um homem de esquerda. A França abomina árabes e negros. As esquerdas francesas, oriundas do finado marxismo, os adoram. São herdeiras do ódio de Marx à Europa. O Manifesto começa com uma ameaça: “um fantasma ronda a Europa, o fantasma do comunismo”. Hoje, sabemos que foi fantasma. Mas fantasma diligente, produziu cem milhões de mortos no mundo todo. O fantasma fracassou rotundamente. Hoje é ridículo falar em luta de classes. As esquerdas herdeiras do profeta alemão muniram-se hoje de duas novas armas, o aquecimento global e a defesa do imigrante. Mais especificamente, do imigrante árabe. Se não foi possível destruir a Europa jogando trabalhadores contra detentores do capital, ainda há uma chance: destruir a cultura européia defendendo o Islã.

Continua o correspondente perpétuo do Estadão: “E, dessa maneira, Sarkozy retornou a esses "temas fundamentais" que criaram tormentas quando dos seus antigos discursos: a França é uma terra cristã. As outras religiões são "convidadas", e serão acolhidas dignamente, se forem sensatas, reservadas, gentis, não ostensivas”.

Que a França é um país historicamente católico, disto sabemos. Tanto que é considerada “la fille ainée de l’Église”. Que tenha convidado outras religiões a se instalarem no país, disto nunca tive notícias. Ocorre que os imigrantes trazem suas religiões a tiracolo. No caso dos árabes, este contrabando se complica, pois o Islã é uma religião expansionista e intolerante. O muçulmano não aceita as regras do país que o hospeda. Quer impor as suas. Daí o conflito.

Não há religiões “convidadas” na França. País algum convida uma religião. O que há são imigrantes que, se um dia foram convidados – em função da escassez de mão-de-obra no pós-guerra –, hoje são indesejados. Tarik Ramadan afirmava, em artigo que citei na última crônica: “Eles (os suíços) se recusam a reconhecer que o Islã é hoje uma religião suíça e européia”.

Ora, que existam muçulmanos na Europa, isto não se pode negar. Daí que o Islã seja uma religião suíça ou européia vai uma longa distância. O cristianismo, através de Constantino, se instalou na Europa. O mesmo não ocorreu com o islamismo. O cristianismo, por sua vez, se se instalou no continente, viu-se constrangido a abandonar a idéia de Estado teocrático. O único Estado teocrático na Europa hoje é o Vaticano, se é que pode chamar-se de Estado.

O Islã não concebe um Estado laico. Não merece a Europa.