¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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quinta-feira, junho 03, 2010
 
CINEASTA BRASILEIRA?


Difícil saber quem ganhou mais com o ataque israelense à flotilha de ativistas patrocinada pela Turquia que tentou romper o bloqueio à Faixa de Gaza. A guerrilha palestina ou a cineasta – brasileira, diz-se – Iara Lee, que teve seus quinze minutos de fama na mídia tupiniquim?

Brasileira por quê? Não passa semana sem que a imprensa nos fale de algum Mahmoud que é cidadão francês, de um Ahmed que é cidadão sueco. Em meus dias de Folha de São Paulo, redigi uma notícia sobre um artista sueco – ou decorador, ou cabelereiro, enfim, algo do gênero – que visitava o Brasil. Quando recebi a foto, perguntei:

- Como sueco? Ele é negro. Suecos não são negros.

Ele tem passaporte sueco, disse-me o editor. Então é sueco. Da mesma forma que são suecos ou franceses os Ahmeds e Mahmouds da vida. Eles têm passaporte sueco ou francês.

Muito bem. Pelo que dizem os jornais, a cineasta brasileira tem passaporte americano. Por que não é então cineasta americana? Pela biografia da moça, pelo jeito é mais uma vigarista internacional, estilo Claudia Andujar, a fotógrafa “brasileira” que teria nascido na Suíça.