¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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terça-feira, setembro 21, 2004
 
SOBRE CRÍTICOS

Do leitor Odilon Toledo:

Caro Janer,

Luís Carlos Merten é hoje crítico de cinema do Estadão, sim, mas pelo jeito não mudou. Se comenta, por exemplo, um filme como A Vila, cujo tema éuma comunidade tradicional (tipo amish) que acredita viver cercada por fantasmas, imediatamente "analisa": o filme é uma parábola sobre os EUA e Bush, um país que se imagina cercado por inimigos e um presidente que usa esse pavor para manter todos dominados etc. etc. Não lhe ocorre verificar se a produção do filme começou antes do 11 de setembro, durante o governo Clinton, ou se o tema do medo, do sobrenatural, é recorrente naquele diretor. Sua "crítica de cinema" é sempre pretexto para um antiamericanismo primário e, o mais das vezes, risível. Triste paradoxo: alguém que odeia tanto "o imperialismo americano" passar a vida a escrever sobre cinema para leitores que só querem ver filmes americanos...

Darcy Ribeiro, vê-se, era antes de tudo um humanista...
Sempre achei Darcy uma fraude e, pior, um dos principais defensores do que temos de pior enquanto civilização: o jeitinho, a malandragem, a violência. Sua associação com Brizola, no Rio, está a dar frutos até hoje - nas páginas policiais.