¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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domingo, abril 24, 2005
 
IMIGRANTE JAMAIS É CRIMINOSO


Às 09h23 do dia 19 passado, a UOL noticiava:

Mulher diz que provocou acidentalmente incêndio de Paris

Das agências internacionais

Uma mulher confessou ser a autora "involuntária" do incêndio que matou 23 pessoas em um hotel de Paris na sexta-feira passada, anunciou nesta terça-feira o chefe de polícia ao Conselho de Paris. O chefe de polícia de Paris, Pierre Mutz, declarou aos representantes do Conselho que se tratava de "um incêndio involuntário", mas destacou que não podia apresentar outros detalhes das investigações. A mulher que confessou a autoria do incêndio tem por volta dos 30 anos e seria namorada de um dos vigias noturnos do hotel. Ela foi detida após uma denúncia anônima e estava presa desde a manhã de segunda-feira. "Ela estava no local pouco antes do começo do fogo", informou Mutz. Os investigadores, que na segunda-feira declararam descartar a pista do incêndio intencional, tentam determinar com precisão a eventual presença da mulher no local e o papel que ela teve na tragédia.

Esta é a notícia. Não dá o nome nem a nacionalidade da mulher nem de seu namorado. Como conheço as manhas da imprensa internacional, comentei com uma amiga: "aposto que a mulher é árabe". Minha amiga, defensora incondicional dos ditos pobres e oprimidos, subiu em seus tamancos: "como podes afirmar isso?"

Fiquei à espera de novas notícias. Surgiram novos detalhes:

A mulher, de 31 anos, que mantinha uma relação com o vigilante noturno do hotel, tinha instalado um dormitório improvisado na sala usada para servir o café da manhã, no primeiro andar. No local, ela colocou uma dezena de velas para improvisar uma iluminação para o ambiente, informou hoje a Procuradoria em comunicado. Depois de "uma violenta disputa, que ela atribui ao fato de seu companheiro estar bêbado, a mulher deixou o hotel irritada e jogou no chão vários montes de roupa sem prestar atenção às velas ali situadas", acrescentou.

De novo, nenhuma informação sobre nomes ou nacionalidades. Mandei então um e-mail para a defensora inccondicional dos pobres e oprimidos: "E tem mais: aposto que ela se chama Fátima". Dia seguinte, continuei acompanhando a notícia na imprensa brasileira, questão de ver se trazia nomes. Nada.

Busquei então o jornal parisiense Libération. Lá estava: a mulher se chamava Fátima e seu namorado Nabil. Ambos árabes. Mesmo assim, notícia alguma sobre a nacionalidade.

Pelo que se vê, nossos bravos jornalistas já assumiram que é politicamente incorreto responsabilizar muçulmanos por qualquer crime, mesmo que o tenham cometido. Em meio a isso, acabo de comprar em Buenos Aires La Fuerza de la Razón, o último ensaio de Oriana Fallaci, que mostra sobejamente o controle que os muçulmanos estão exercendo sobre a Europa. E, pelo jeito, até sobre a imprensa tupiniquim. O livro já foi traduzido em vários idiomas. Mas jamais será traduzido no Brasil. Voltarei ao assunto.