¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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quarta-feira, maio 11, 2005
 
MATERIALISTA DIALÉTICO MAS NÃO MUITO


Comentei outro dia o paradoxo de católicos que consideram a morte como um encontro com Deus e na hora do jesus-está-chamando recorrem a medicinas de ponta e preces para não partir. Ocorreu ontem caso semelhante. Um Learjet da FAB, voando de São Paulo para Brasília, transportava o senador Renan Calheiros e os ministros Eunício de Oliveira, das Comunicações, e Aldo Rebelo, da Coordenação Política, este último comunista de carteirinha.

Em determinado momento, ouviu-se um estouro na porta do pequeno jato, que começou a balançar no ar. Eunício abriu a pasta e se pendurou em uma imagem do padre Cícero, pedindo o milagre de manter o avião em vôo. O que dá uma idéia dos espécimes supersticiosos que vicejam no Planalto. Renan tremia e lamentava não ter seguido o conselho de não voar, dado pela sua mulher na véspera. Que fez nosso bravo materialista dialético? Começou a entoar um pai-nosso em voz alta.

Não se fazem mais comunistas como antigamente. O avião, infelizmente, se recuperou e não caiu.