¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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terça-feira, novembro 29, 2005
 
Tá tudo dominado!





Aqui em Paris, neste final de novembro, estamos em ritmo de tango argentino:

Silencio en la noche, ya todo está en calma, el músculo duerme, la ambición descansa.

As depredações do início do mês já são passado e a cidade se entrega às suas orgias cotidianas de consumo, gastronomia, pornografia e luxos outros de país desenvolvido. Os brasileiros, informados por uma imprensa politicamente correta, não sabem muito bem o que aconteceu por aqui. Leiamos, por exemplo, esta pérola de desinformação, da Folha de São Paulo, do dia 11 passado. A matéria é assinada por um certo Fábio Victor, certamente jovem e que nada entende de Paris.


ONGs e governo têm instado mães e irmãs a convencerem os jovens franceses a não tomarem parte dos distúrbios

Francesas apaziguam ânimo incendiário

Segundo o enviado a Paris, são os jovens franceses que tomaram parte nos distúrbios. E suas mães e irmãs, naturalmente francesas, tentam convencê-los a não participar das depredações, que já custaram mais de oito mil carros destruídos e dezenas de escolas e prédios públicos. O desinformador continua:

Enquanto alguns homens franceses têm gastado as noites queimando carros e outros tentando apagar os incêndios, as mulheres se mobilizam para ajudar a dar um fim definitivo à onda de violência que há duas semanas atinge o país - e ontem apresentou queda pelo terceiro dia seguido.

O correspondente deixava bem claro, em seu texto mentiroso, que são "alguns homens franceses" que queimam carros. Verdade que alguns jornais - e mesmo a própria Folha - noticiaram em outra páginas que se trata de uma rebelião provocada por imigrantes e filhos de imigrantes árabes e africanos, a maior parte deles com cidadania francesa.

Ou seja, as depredações nunca foram exatamente provocadas por "alguns homens franceses", como diz desastradamente o correspondente, mas por árabes e negros que, em sua maioria, conquistaram a cidadania francesa. É diferente. Esta também foi a tônica dos noticiários televisivos. Para o espectador analfabeto - que se nutre de televisão e que constitui a maioria dos brasileiros - o que se vê é uma reprise de 68, a revolução que não houve, o movimento que em nada mudou o país, mas que pareceu existir graças às ficções criadas pela mídia. Pas de sang, trop de sperme. Ou seja, revolução sem sangue, mas com excesso de esperma.

A depredação das cidades francesas era crônica há muito tempo anunciada. O ódio dos imigrantes árabes e africanos ao país que generosamente os recebe vem de longe. Em março de 1979, quando correspondente em Paris, escrevi crônica intitulada Islã ameaça franceses. Já se podia ver no ovo os contornos da serpente. Na época, um imigrante podia trazer suas quatro esposas e seus 15 ou 16 ou mais filhos, tudo isto em nome do sagrado respeito à "cultura do outro" e do reagrupamento familiar. Se o Corão permitia a Mohamed quatro esposas, este sagrado direito concedido pelo profeta tinha de ser respeitado pela legislação francesa, que considerava a poligamia um crime, desde que praticada por franceses ou ocidentais. A poligamia é punida na França com penas de até um ano de prisão e multa de 45 mil euro. Exceto se o polígamo for africano.

Claro que todo este clã tinha garantido o direito à escola, aos serviços de saúde, auxílios para moradia. Uma vez Mohamed desempregado, recebia durante vários anos um auxílio-desemprego, proporcional ao número de mulheres e filhos. M. Dupont, o francês médio, que mal conseguia sustentar cachorro e amante além da própria família, não podia ver isto com bons olhos. Esta situação, criada por Giscard d`Estaing, perdurou até 1993, quando foi proibido por lei conceder vistos a mais de um cônjuge, o que não impediu que as esposas dos imigrantes polígamos continuassem entrando ilegalmente no país.

Os imigrantes têm mordomias jamais sonhadas em suas miseráveis villayas. Mas permanecem encerrados em seu sufocante universo islâmico. Não renunciam à poligamia, em um país em que poligamia é crime. Continuam a cortar o clitóris de suas filhas e preservam seu hímen intacto para algum primo, lá nas Árabias, ao qual fora prometida ao nascer. Estas meninas convivem na escola com as coleguinhas francesas, para as quais virgindade é um desconforto a ser o quanto antes jogado ao lixo, e que jamais admitiriam que seus pais lhes escolhesse e impusessem um marido. O conflito entre as famílias árabes e a escola francesa estava maduro para explodir. Quando eclode e acaba na Justiça, os pais muitas vezes perdem o pátrio poder e a menina é enviada para alguma instituição assistencial. Fica flanando em um limbo indefinido, longe das raízes paternas e sem estar integrada na sociedade francesa. O mesmo diga-se dos jovens árabes, para os quais integração significa ter acesso a bons empregos e carros de luxo, mas jamais assumir o respeito às mulheres que é norma no Ocidente.

Depois de centenas de prédios públicos, escolas, delegacias de polícia, centros assistenciais queimados e depredados, depois de mais de dez mil carros incendiados, depois de um prejuízo calculado por baixo em 200 milhões de euro, o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, cuja política linha-dura com a delinqüência juvenil é apontada como uma das causas dos conflitos, anunciou os processos de expulsão... de dez estrangeiros implicados na onda de distúrbios da França. Haja política linha-dura! Dependendo dos humores da Justiça, dez vândalos serão expulsos do país. Sarkozy está em campanha para a Presidência da República e não quer bancar o politicamente incorreto.

Ya todo está en calma, dizia eu. Mas é aquela calma que antecede as tempestades, aquela imobilidade sinistra do olho dos furacões. Os imigrantes já perceberam que podem destruir mais de dez mil carros ao custo da eventual deportação de dez dentre eles. É óbvio que os conflitos se espalharão pela Europa, totalmente contaminada pela intransigência islâmica. Expulsos da península ibérica há cinco séculos, os árabes voltaram com força, escorados na mauvaise conscience européia e na política hipócrita dos tais de Direitos Humanos. Voltaram com força e para ficar.

Em West Yorkshire, no Reino Unido, livros contendo histórias de porcos foram eliminados das bibliotecas, porque muçulmanos não gostam de porcos. Nesta altura, os Três Porquinhos de Disney constituem anátema. Bottons com a cruz vermelha da bandeira britânica estão sendo desaconselhados, porque a cruz vermelha lembra as Cruzadas e fere a sensibilidade dos cortadores de clitóris. Em certas cidades italianas, os prefeitos já aceitam fotos de muçulmanas com véus nos documentos de identidade. Na Austrália, a polícia é instruída para não levar a sério casos de violência doméstica em lares muçulmanos, já que se trata de "traços culturais".

Tá tudo dominado. Daqui a dez anos, Paris será uma cidade mais violenta que o Rio de Janeiro. No Rio ainda não tivemos atentados como os de Madri e Londres. Quando o exército muçulmano de homens-bomba optar por um terrorismo de resultados, terror será o cotidiano dos europeus. Não vai demorar muito. Venha logo antes que a Europa que amamos acabe.