¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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terça-feira, maio 30, 2006
 
NOTÍCIAS DA IDADE MÉDIA


Era uma bela tarde do ano da graça de 1385. Sua Santidade o papa Urbano VI passeava inquieto pelos jardins do castelo de Nocera, na Itália. Por mais que aguçasse os ouvidos, não ouvia a música que gostaria de ouvir.

Naquele ano, seis cardeais foram acusados de conspirar contra Sua Santidade. Que, incontinenti, os jogou numa cisterna do castelo em que habitava. A cisterna era tão estreita que o cardeal di Sangro, grande e corpulento, não podia nem mesmo se espichar. Foram aplicados a estes infortunados todos os métodos postos em honra pela Inquisição.

Quando se tratou do cardeal de Veneza, Sua Santidade confiou o trabalho sujo a um antigo pirata, que ele havia nomeado prior da Ordem de São João, na Sicília, com a ordem de aplicar a tortura à vítima até que o papa ouvisse seus berros. O suplício durou desde a manhã até a hora da janta. Durante este tempo, Sua Santidade passeava no jardim, sobre a janela da câmara de tortura, lendo seu breviário em alta voz, de maneira que o som de sua voz lembrasse ao executor as ordens que ele lhe havia dado. Mas foi em vão que o pirata apelou aos recursos da polé e do cavalete. Embora a vítima fosse idosa e enferma, só foi possível extrair dela um único grito: "Cristo sofreu por nós".