¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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terça-feira, junho 13, 2006
 
NÃO ESTAMOS SÓS


Quando me perguntava se não seria o único soldado de passo certo - ou errado, conforme a ótica - nestes dias de histeria futebolística, tive a grata surpresa de receber, em menos de 24 horas, dezenas de mails de apoio à minha última crônica. Não resisto à tentação de publicar alguns deles. Bom saber que não estou só. Saibam também os leitores que tampouco estão sós.

Luiz Falcão - Caro Janer, eu não tenho por hábito escrever para quem não conheço, apesar de acompanhar seus artigos no Mídia Sem Máscara, quase sempre polêmicos, mas muito bem escritos. Entretanto eu não poderia deixar de fazer um elogio ao teu último artigo, "Saudades do Obdulio", que eu achei sensacional, não desmerecendo todos os demais artigos, obviamente. A tua abordagem é, no mínimo, muito apropriada, e é muito bom saber que nem todo mundo perde tempo com o tal do futebol. Eu gostaria de ter escrito tal texto. Parabéns pelo teu trabalho.
PS - Quero ainda parabenizá-lo, antes tarde do que nunca, pelo termo que você
usa quando se refere ao cangaceiro mór, Apedeuta...


Érika Bento Gonçalves - Olá, meu nome é Érika Bento Gonçalves, sou jornalista e, lendo o site Mídia sem Máscara, encontrei seu artigo sobre o brasileiro e o sentimento "verde e amarelo" em torno da Copa do Mundo.
Compartilho da mesma síndrome de repulsa durante este período de falso patriotismo. Adorei o seu artigo e junto-me às suas maravilhosas palavras em meu artigo publicado semana passada no meu blog. Sem pedir-lhe autorização, inclui um link para o seu blog. Espero que não tenha problemas. Caso haja, por favor, comunique-me! Obrigada, abraços.
Visite meu blog - http://politicapoliticagem.blogspot.com


Newton Miralha - Genial, como sempre!


Fernando Antoniazzi - Êta, Janer !!!
Pelo menos alguém, além de minha mulher, concorda comigo. Fui batizado palmeirense, mas não sou praticante há muito tempo, desde que Olegário Tolói de Olveira era meio-campista do time. Sabe, já cheguei a ter esperanças de que o país fosse algo mais do que um time de futebol. Hoje não sei se a esperança vale a pena.

Carlos A. Dequique - Até que em fim, vejo que tem mais gente que pensa com eu!!!!!

Julio Nelson Scussel - Salve a lucidez, salve os cérebros que ainda não estão embriagados com tamanha ignorância que é a Copa do Mundo. Creio que uma medida razoável seria a de colocar a eleição presidencial a cada cinco anos para descolar essa vergonhosa e nojenta junção entre os malabarismos ronaldianos e as trapaças da Brasília.
Como isso é impossível, prolongar-se ia um mandato por cinco anos (um ano de presente) e depois os ciclos famosos de 4 + 4 para que, com um ano de defasagem as eleições não fossem poluídas com piruetas, tipo as do Vampeta, na rampa do palácio do planalto.

Andrea Pires Waldman - Bom dia!
Enfim encontrei um artigo que expressa um pensamento com o qual tenho afinidade, por isso venho lhe parabenizar. O seu artigo chegou em minhas mãos depois de um desabafo que fiz a um colega de trabalho ref ao ABSURDO FERIADO que será feito hoje: ponto facultativo, o comércio vai fechar em Porto Alegre/RS. E o senhor nem adivinharia o motivo disso. Não se trata de uma decisão importante tomada numa CPI, não se trata de um protesto devido ao fato de pessoas como meu marido estarem esperando há mais de um ano atendimento pelo SUS, trata-se do futebol. Sim! Fique pasmo! Devido ao futebol a cidade de Porto Alegre vai, praticamente, parar! Não tenho nada contra o esporte, apenas não concordo que escolas, industrias, comércio, rede pública não funcionem devido ao futebol. Já acho um desrespeito que num país dito laico as festividades cristãs virem feriados, enquanto as outras religiões que se danem se tem ou não uma atividade religiosa em determinado dia. Se é laico, é laico! Mas isso é outro assunto, não pretendo me estender.

Como forma de protesto permanecerei no trabalho hoje de tarde, e como forma de protesto convidei alguns colegas da filosofia para fazermos alguns estudos de texto para a faculdade. Ah, sou estudante de filosofia, na PUCRS.
PARABÉNS PELO SEU ARTIGO, ENCAMINHEI - COM OS DEVIDOS CRÉDITOS - AO MEU DIRETOR E COLEGAS DA EMPRESA, E ENCAMINHEI TAMBÉM PARA OS COLEGAS DE FILOSOFIA NA PUCRS.

Alessandro Treguer - Caro Janer,
Boa tarde! Um colega, também jornalista me indicou seu texto e gostaria de parabenizá-lo! Com sua experiência e seu português impecável, o senhor disse tudo o que eu sempre esperei ouvir. Pensei que eu era apenas um sonhador e nunca encontraria alguém que ficasse espantado com tanto falso nacionalismo brasileiro, principalmente em época de Copa do Mundo. Obrigado pela oportunidade de ler algo sensato em um momento tão escroto de nossa sociedade!


Francisco Pinheiro - Prezado Janer, sabia que um dia minha religião estaria bem no alvo de sua pena ferina. É o futebol. Reconheço todos os pecados que você citou e deles me penitencio. De todos, menos de um. Que as loucuras que fazemos são exclusividade do Brasil, lá isso não concordo não. Há, por exemplo, algo que se compare àquele maluco alemão que deu uma facada na Mônica Seles só por ela ser melhor que a Stefi Graf? E estamos falando do empolgante esporte do tênis. E falamos também da branca e heráldica Alemanha, cujos torcedores no estádio se divertem gritando, em coro, impropérios ao juiz e adversário. E o que dizer de outros esportes por demais empolgantes, que é o beisebol e o futebol americano, que chegam a parar literalmente o maior país do mundo em alguns eventos. Realmente, os civilizados europeus são adversários muito leais e educados. Falta apenas aprenderem a não jogar casca de banana no campo para lembrar a condição meio símia dos negros que fazem gols no seu clube. E o Reickjaard (?), da sofisticada e ultracivilizada Holanda, que nem se pejou de dar, ao vivo, uma sonora cusparada no rosto do Koeller (?).
E, pra finalizar, esta do Salgado da emergente e européia Espanha, que parece concordar contigo: os brasileiros fazem de tudo para ganhar uma copa. Ele, que quebrou em duas a perna de um jogador brasileiro pouco antes de uma copa, quis certamente dizer que, por ter um espírito superior e culto, vai à copa elogiar as jogadas dos adversários. Me engana que eu gosto. Um abraço.

Isac D. Santos - Boa tarde,Janer Cristaldo.
Gostaria de agradecer em nome da nação brasileira, dos brasileiros ainda que
tardia, sobre o artigo que você escreveu. Olhe meu amigo, eu penso da mesma
forma que você, porém não tenho o dom de transcrever... Aqui no meu trabalho,
somos 25 pessoas, eu e meu amigo Adilmar que estamos fazendo um curso de Pós-Graduação em Gestão de Assuntos Públicos PUC-PR (IPD), apenas nós dois, ou
melhor pensando bem, só eu não me deixei levar por essa lavagem cerebral que
estão fazendo com a nação. Nada contra o futebol, aliás, não tenho o que
falar, você transcreveu meus sentimentos. Apesar de ser filho de pescador, e
hoje com 44 anos ser servidor Público Municipal - Curitiba, sou uma pessoa
humilde, porém contra toda essa merda que nos empurram goela abaixo.
Agradeço a Deus imensamente, ter a oportunidade de ainda saber que existem
pessoas como você.

Dartagnan Zanela - Janer, suas palavras em seu último artigo no MSM refletem o sentimento deste seu leitor que toda Copa tem que explicar que mesmo não gostando de fut... continuaria a ser Br. Abraço e até.


Eduardo Scherer - Prezado Janer,
Hoje, depois que li seu artigo sobre o Brasil e o futebol, descobri que não sou o único a detestar esta mania brasileira de ter o coração e a mente neste esporte estúpido, esquecendo simplesmente do resto que está acontecendo. Realmente, o futebol é uma praga que carregamos, mesmo quando não queremos.
Também sou gaúcho, moro há pouco no Rio de Janeiro, onde trabalho na área de engenharia petroquímica. E como é difícil, especialmente neste estado, achar pessoas que tenham a cabeça voltada para coisas que realmente importam e poderiam fazer a diferença para o País.
A maioria da população, inculta e anestesiada, está simplesmente voltada, durante as próximas semanas, para a Copa do Mundo. Aguardam, talvez, que com mais um título, o grande Apedeuta venha os redimir de suas misérias. Se dedicassem 30% desta energia à memória (sim, pois qualquer analfabeto favelado sabe a escalação do "Framengo" no campeonato carioca de 1950), lembrariam dos políticos em que votaram e poderiam correr esta corja do poder e realmente mudar o Brasil. Ou, seguir votando no mais populista, o que também é uma possibilidade.
Infelizmente, vivemos num lugar em que não há continuidade e diretrizes claras do que se deve fazer, especialmente na área pública. As políticas são completamente populistas, navegam em qualquer direção a cada quatro anos, e vale mais parecer do que realmente fazer. Perdemos os valores morais e éticos, e cada vez mais me convenço de que, brevemente, não haverá mais retorno pacífico para o rumo do desenvolvimento. Estamos muito próximos de termos vergonha de sermos honestos e, por quê não dizer, de sermos brasileiros.
Estou tomando a liberdade de enviar seu artigo para amigos e conhecidos, e indicando o MSM para outros, buscando que opiniões fora da mídia de massa possam, quem sabe, criar uma massa crítica que venha a mudar o rumo dos acontecimentos. Até lá, torço (perdão pela palavra) que o anestésico atual passe rapidamente e que outubro chegue logo, para corrermos o absolutismo e ignorância do Planalto. E que a seleção venha com o rabo entre as pernas, quem sabe acordamos.

Gerson - Caro Janer Cristaldo
Sou leitor assíduo de Mídia sem Máscara e hoje fiquei surpreso ao ler um texto seu em relação ao "País do futebol". Digo surpreso porque em suas palavras, raras de serem lidas ou ouvidas nesse momento, você sintetizou exatamente aquilo que venho repetindo exaustivamente numa tentativa inútil de acordar algumas mentes que me são caras mas que, infelizmente como eu, orbitam feito zumbis esse mundo insólito chamado Brasil. Seu pensamento é pertubadoramente preciso e realista ao analisar a maneira de pensar daqueles que você apropriadamente chama de "povinho". Por mais otimista e religioso que seja, não consigo vislumbrar nas próximas três gerações alguma esperança de progresso mental das pessoas que aqui vivem. Isso sem falar no atraso a que seremos submetidos na ditadura Lula que se aproxima.

Assim como você torço diariamente para o retorno humilhante da seleção. É claro que isso custará uma overdose de notícias tentado explicar, justificar e culpar algumas almas. Hoje mesmo, assistindo compulsoriamente o jogo de estréia, naquilo que pouco entendo do esporte, observei uma atuação medíocre do único jogador que torcia para se dar bem: O Ronaldo. No momento de sua substituição cheguei a imaginar Lula se vangloriando em bom português: "Eu falei prosseis que o cara tava gordo!!" Quantos votos ganhou com isso?!

Finalizando, quero te agradecer pela coragem de andar na contramão da miséria, manifestando-se contra esse ópio que degrada ainda mais uma sociedade já tão dilacerada.

Marcelo Scotton - Prezado Janer Cristaldo,

Parabéns, o artigo "Saudades do Obdulio" está espetacular. Compartilho de sua opinião.


Paulo Silveira - Sr. Janer Cristaldo, boa noite.
Acabei de ler seu artigo, "Saudades do Obdulio", que por acaso descobri, folheando, ou melhor, navegando por alguns artigos do site midiasemmascara.com.br. Também há pouco, estive acompanhando a última partida do "escrete canarinho", convocado que fui pela empresa na qual trabalho.
Posso dizer que sou um apaixonado pelo esporte, como um todo, desde pequeno, paixão que recebi de meu pai, já falecido. Dele também recebi o bastão (ou talvez a sina) de ser torcedor do antes glorioso, hoje ultrajado, Corinthians paulista. Este é um capítulo à parte, que não vale a pena tratar neste momento.
Voltei do escritório, encontrei minha esposa, que tem pouco interesse pelos assuntos esportivos, e tentei verbalizar um sentimento que tomava, e ainda toma, conta de mim. Um sentimento de desconforto, de estupefação, talvez de incredulidade, não com o objeto em si, mas com a forma como as pessoas em geral, e o país inteiro em particular, se comportam em relação à Copa do Mundo.
Me senti sozinho, com minha esposa. Uma catarse coletiva, que acaba envolvendo tudo e todos, sem exceção. Confesso que senti uma certa repulsa. Nada pessoal, mas com o todo. Como podemos considerar que o país se resume a um time de futebol, a um torneio ou campeonato, a um acontecimento que ocorre de 4 em 4 anos. Como o povo pode rir e comemorar, num momento tão triste da história de nosso país, de tanto retrocesso, de valores jogados no lixo. E sem dúvida, a vitória da seleção de futebol, será associada com o governo.
Cochichei para minha esposa: "Estou torcendo para o Brasil não ganhar a Copa. Mas não conta pra ninguém, pois podemos ser taxados de preconceituosos, ou coisa pior". Foi muito bom ler seu artigo, tirou um peso de meus ombros, e agora, sem dúvida, conseguirei dormir um pouco mais tranqüilo. Obrigado.

Elda Longhi da Graça - Oi, Janer, tudo bem?
Aleluia, aleluia!!!! Finalmente consegui me sentir bem no dia de hoje, 1º jogo do Brasil, lendo a tua crônica. Eu tive q me cuidar para não gritar aos 4 ventos q esperava ver meu Brasil derrotado, ou, pelo menos, ter ficado em um empate. Apenas falei q não gosto mto de futebol, lembrei às pessoas com q falei q, enqto todos estão envolvidos com a Copa, o Supremo Apedeuta (não podias ter dado um apelido melhor) está lá, deitando e rolando, feliz com seu sucesso nas pesquisas. Aliás, ainda não acredito q ele esteja tão bem assim. Minha esperança é q as pesquisas estejam parecidas com aquela do desarmamento.
Não podias ter descrito melhor a situação do nosso pobre país. Por favor, continua escrevendo a respeito pq não dá para aguentar pensar no "molusco', cfe. um cronista tem chamado o Lullinha, na presidência outra vez. Um grande abraço.

JC - Excelente seu artigo de hoje no Midia Sem Máscara. Eu e minha família compartilhamos de sua opinião, principalmente eu. Desde 1998 torço pela derrota do país na copa do mundo. E se colocar isso em público corro o risco de tomar uma surra.

Sílvia Alves - Faço minhas quase todas suas palavras. Apenas não torço para que o país perca, mas acho bem pouco prudente entrar numa disputa em ritmo de comemoração vitoriosa. Conter-se é muito melhor, resultaria em mais vigor pra vencer. Este ano o verde e amarelo apareceram em toda e qualquer loja nas mercadorias, até nas elegantes. Fico abismada ao ver as pessoas largarem o serviço ao meio dia numa etapa inicial dos jogos. Se o Brasil ganhar hoje, duas grandes avenidas serão fechadas aqui em BH. É, eu também tenho vergonha de tudo isto. Não faz sentido, o que é aceitável para os dois últimos jogos acontecer no início.
É ótimo ser conhecido como o país do futebol, mas ao qual poderia acrescentar-se outros méritos (e que fossem maiores que este) além da nudez das mulheres nos desfiles de carnaval. O povo poderia ter orgulho de algumas outras coisas ainda que simples que se referissem ao seu caráter, que parece ser de uma frouxidão só.
Não tenho nenhuma vergonha de ser brasileira mas atualmente tá difícil ter grande orgulho. Não posso deixar de concordar inteiramente com a última frase do seu texto. Só não torço contra. Mesmo sem a euforia de uma possível vitória, a derrota na copa não conduz a maior reflexão para eleger um candidato. Acredito que há um obnubilamento geral: se perder, houve um erro, pois todos estão certos de que o país é o melhor com ou sem vitória nesta copa, e seu líder tem tal carisma que o povo parece confundir-se com ele em qualquer situação.