¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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quarta-feira, agosto 16, 2006
 
A CULTURA DAS NAÇÕES



Sob este título, David Brooks, do The New York Times, faz uma pertinente reflexão sobre as multas de estacionamento dos diplomatas residentes em Nova York. Os diplomatas de países que ocupam as primeiras posições no índice de corrupção da Transparência Internacional acumulam o maior número dessas multas não pagas, enquanto diplomatas de países situados mais abaixo nesse mesmo ranking raramente cometem tais irregularidades.

Entre 1997 e 2002, a missão do Kuwait nas Nações Unidas totalizou 246 infrações de estacionamento para cada um de seus membros do corpo diplomático. Diplomatas do Egito, do Chade, do Sudão, de Moçambique, do Paquistão, da Etiópia e da Síria também cometeram grande número de infrações. Enquanto isso, não foi registrada nenhuma infração dessas por qualquer diplomata sueco. Tampouco por algum diplomata da Dinamarca, do Japão, de Israel, da Noruega ou do Canadá.

O motivo de tão amplas variações nessa questão das multas de trânsito é que os seres humanos não são meros produtos da economia. Graças à imunidade diplomática, os diplomatas não pagaram absolutamente nada por estacionarem ilegalmente. Mas os seres humanos também são moldados por normas culturais e morais. Se você é sueco e, eventualmente, tem a chance de parar diante de um hidrante, simplesmente não o faz. Só porque você é sueco. Isso é quem você é.


Pena que o jornalista não tenha fornecido dados sobre os diplomatas de Pindorama. Se bem conheço os bois com que lavro, estamos mais para Sudão ou Chade do que para Suécia ou Dinamarca. E não tenho esperança alguma de que este comportamento - ou nossa posição no índice de corrupção - possa mudar nos próximos séculos.