¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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terça-feira, agosto 22, 2006
 
ESTRATÉGIA DE JERICO




Geraldo Alckmin entrou com ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) solicitando a proibição da propaganda do candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, no horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão, de veicular a expressão "Lula Presidente". O ministro Marcelo Ribeiro concedeu liminar com essa proibição, considerando que a propaganda de Mercadante foi usada indevidamente para promover Lula.

Alckmin faria melhor se entrasse com ação pedindo a proibição de seus companheiros de PSDB usarem a imagem de Lula em seus programas. Foi o que fez o candidato à reeleição ao governo do Ceará, Lúcio Alcântara, que usou em sua propaganda eleitoral de ontem duas falas de Luiz Inácio Lula da Silva em que o presidente exaltou sua "lealdade". Os programas de Alcântara têm ignorado sistematicamente o candidato Alckmin.

Vai mal a candidatura tucana. Alckmin tem tudo na mão para massacrar Lula: o assassinato de Celso Daniel, os assassinatos decorrentes do assassinato de Celso Daniel, as negociatas do filho de Lula, as compras de deputados no Congresso por ocasiões de votações que interessavam ao governo, o valerioduto, a leniência de Lula com o Caixa 2 (expressa numa entrevista forjada, em Paris), os mensaleiros, os sanguessugas. Material para desmontar as mentiras do Apedeuta é que não falta. E se falta, Lula se apressa em fornecê-lo: mente o tempo todo e a cada mentira desmente mentiras passadas.

Nada disto é utilizado pelo pusilânime Alckmin. Do jeito como se desenvolvem as campanhas, não é de espantar que o Apedeuta vença no primeiro turno, para desgraça geral da nação. As esperanças de um segundo turno, Alckmin não as deposita em seu discurso, mas nas falas desengonçadas de uma comunista maluca oriunda do PT e assessorada por um terrorista italiano.

Com temor de que o eleitorado nordestino não grave o nome Alckmin, o candidato tucano passou a usar o Geraldo. Isso há menos de três meses das eleições. Ou seja, aquele eleitor inculto que já sabia quem era Alckmin, deve estar agora se perguntando quem é o tal de Geraldo. A brilhante estratégia tucana é digna de um jerico.

Ou seja... Se você pertence ao time dos que já não suportam a corrupção petista no poder e não quer decepcionar-se, melhor ir abandonando suas esperanças desde já. Me dói dizer isto, mas pior é chorar em outubro.