¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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quinta-feira, agosto 03, 2006
 
A MORTE DE CASTRO ME ENTRISTECE


Os editores de Internacional dos jornais do mundo todo já devem estar alisando o caderno especial desde há muito preparado sobre Fidel Castro. Não sei se o leitor sabe, mas todo jornal que se preze tem necrológios prontinhos de todos os homens ilustres do planetinha. Há pessoas em vários países - e especialmente em Miami - fazendo festa ante a perspectiva da morte do ditador. Sem falar que me parece cedo para celebrar, confesso que não participo dessa alegria.

Segundo os teólogos, os santos quando morriam exalavam um doce perfume. Daí a expressão "morrer em odor de santidade". Se morrer no hospital, Castro morrerá cheirando a santo. Como ocorre quando uma personalidade morre, todos seus crimes lhe serão perdoados e os jornalistas tentarão fazer do criminoso um herói.

De minha parte, preferiria que, antes desta humana contingência, fosse submetido a um Tribunal Penal Internacional. Depois, que morresse quando bem entendesse. Antes disso, a morte de Castro me entristece.