DR. STRANGELOVE E O SEGUNDO TURNOHeloísa Helena, um dos últimos estertores do velho bolchevismo, dizia há pouco que no PSOL não há centralismo democrático. Ontem, central e democraticamente, declarou aos jornais que todo militante de seu partido está proibido, nada menos que isso, de declarar voto, seja em quem for.
Falei hoje com uma amiga, petista enrustida, que acabou votando na gralha do agreste, talvez envergonhada de depositar seu voto no PT ou em Lula. Em segundo turno, vai votar em quem? Em Lula, é claro!
Os petistas sempre me lembram o Dr. Strangelove, do filme homônimo de Kubrick. Quem o viu deve lembrar dos reflexos condicionados do braço esquerdo do cientista semiparalítico, que mal seu dono se descuidava, se erguia na saudação nazista. Strangelove tinha de contê-lo com a mão direita. Petista é assim mesmo. Abandona o PT envergonhado, mas ficam os reflexos. "Democracia é assim, não é?" - explicava-se minha amiga. "Vota-se em um ou outro partido".
Até pode ser. Mas não me consta que faça parte da doutrina democrática votar em uma quadrilha de ladrões.