¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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quinta-feira, novembro 16, 2006
 
GILNEI DESCANSA



Começou a descansar hoje Gilnei Marques, jovem empresário gaúcho, o pioneiro criador do primeiro jornal eletrônico do Rio Grande do Sul, onde tive a honra de ser convidado para escrever. Em outubro de 2003, quando manifestou o desejo de curtir os países da Europa, perguntei-lhe: "por que não vais?" A resposta me caiu como uma ducha fria: "no momento, a única razão para não ir é um câncer".

De lá para cá, foram três anos de uma batalha insana contra a morte. Quem quiser ter uma idéia do tremendo desejo de viver de Gilnei, de sua teimosia quase insana em enfrentar a Indesejada das Gentes, pode ler seu blog, Trópico de Câncer (http://www.tropicodecancer.blogger.com.br/)

Sua última postagem, de 31 de outubro passado:

Os últimos 15 dias foram infernais. Noites mal dormidas, dores nas costas e na lombar, dificuldade para engolir alimentos, pés inchados por desnutrição, nariz invariavelmente entupido, incapacidade de respirar pelo excesso de líquido na pleura, ouvidos a meio pau, surdinho, tudo, enfim, para aumentar a tal da depressão profunda diante do barranco.

Tudo parece estar desmoronando, melhor os passeios do passado, no Barranco, com motivos mais torpes, algo como "ah, me dá mais um chope aí então". Mas, nem tudo está perdido, entre hoje e amanhã - uma cirurgia para drenar dois litros de líquido e grudar as paredes da pleura podem retirar da lista sinistra itens fundamentais para o meu bem-estar. Prometo manter os amigos informados.


Teimoso, há uns seis meses ele me perguntava: "Quando vamos tomas aquele mocotó no Gambrinus?). Não houve tempo. Há momentos em que o melhor que um amigo pode desejar a outro amigo é que parta, e parta logo. Gilnei partiu. Sofre quem fica. Quem parte descansa.