SINDICALISMO NO EXÉRCITOPode um desastre aéreo isolado provocar o caos em todos os aeroportos do país? Só no Brasil. Em país decente, nunca tive notícia. Os jornais têm sido tímidos em estabelecer o nexo causal entre as duas coisas. Estamos em verdade diante de uma greve e ninguém quer pronunciar a palavrinha. As autoridades da Aeronáutica estão esgotando o estoque de eufemismos para não pronunciá-la. Na
Folha de São Paulo de hoje, Elaine Cantanhêde toca pela primeira vez na ferida:
E chegamos a 2006 com uma típica operação-padrão - que, pela lei, é um direito restrito a civis. Os militares são proibidos de fazer greve, de se associar a sindicatos e associações e até de fazer "reivindicações". Para eles, só é permitido ter "anseios" ou "aspirações".
O que complica os limites entre civis e militares, depois do acidente e no meio do caos em aeroportos, é que o PT está no poder e tem forte base sindical. Eis que, além de militares se comportarem como sindicalistas, eles passam a ter apoio em setores poderosos do governo, para o bem e para o mal.Neste governo petista, os sindicatos estão invadindo as Forças Armadas. Só não vê quem não gosta de ver coisas desagradáveis.