¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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sexta-feira, novembro 03, 2006
 
SINDICALISMO NO EXÉRCITO



Pode um desastre aéreo isolado provocar o caos em todos os aeroportos do país? Só no Brasil. Em país decente, nunca tive notícia. Os jornais têm sido tímidos em estabelecer o nexo causal entre as duas coisas. Estamos em verdade diante de uma greve e ninguém quer pronunciar a palavrinha. As autoridades da Aeronáutica estão esgotando o estoque de eufemismos para não pronunciá-la. Na Folha de São Paulo de hoje, Elaine Cantanhêde toca pela primeira vez na ferida:

E chegamos a 2006 com uma típica operação-padrão - que, pela lei, é um direito restrito a civis. Os militares são proibidos de fazer greve, de se associar a sindicatos e associações e até de fazer "reivindicações". Para eles, só é permitido ter "anseios" ou "aspirações".
O que complica os limites entre civis e militares, depois do acidente e no meio do caos em aeroportos, é que o PT está no poder e tem forte base sindical. Eis que, além de militares se comportarem como sindicalistas, eles passam a ter apoio em setores poderosos do governo, para o bem e para o mal.


Neste governo petista, os sindicatos estão invadindo as Forças Armadas. Só não vê quem não gosta de ver coisas desagradáveis.