¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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quinta-feira, janeiro 11, 2007
 
CASTRO MORTO, CASTRO POSTO



O presidente venezuelano, Hugo Chávez, que será homenageado pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, no próximo dia 19 deste mês, com a medalha Tiradentes, anunciou que vai trocar mais uma vez o nome de seu país, que já trocara para República Bolivariana. Agora será República Socialista, e os municípios deixarão de ser unidades federativas. As prefeituras serão substituídas por conselhos de cidadãos, eliminando o risco de derrota nas eleições municipais. Chávez é tímido. Por que não dizer logo sovietes?

Chávez, que anunciou ontem a nacionalização dos setores de eletricidade, telefonia e água, pretende pedir ao Congresso a aprovação de uma lei que lhe conferirá maiores poderes e permitirá sua reeleição de forma indefinida. Pensa também em nacionalizar quatro plantas de extração de petróleo pesado extraído na bacia do Rio Orinoco se as negociações com as petrolíferas estrangeiras falharem. Isto é, se as empresas estrangeiras não entregarem a preço de banana seus investimentos.

Chávez tem hoje 52 anos. Pelo jeito, não tem memória alguma de seus vinte anos, quando Carlos Andrés Perez iniciou um processo de nacionalizações na Venezuela e foram estatizadas a produção de petróleo e ferro. O bolívar foi desvalorizado, os capitais estrangeiros sumiram, as reservas encolheram e o desemprego aumentou consideravelmente. Se o tiranete de Caracas não consegue lembrar do que ocorreu há trinta anos, certamente jamais lembrará o que aconteceu na primeira metade do século, quando o socialismo que ora prega empobreceu mais de um terço da humanidade.

Morto Castro, Castro posto. Em seus delírios de grandeza, o clown venezuelano transformará em poucos anos seu país em uma Cuba miserável. Os cariocas, que já elegeram palhaços como Brizola, Juruna e o casal Garotinho, vão homenagear Chávez.

Se bem que, neste Brasil que reelegeu o Supremo Apedeuta, não podemos nos queixar dos cariocas.