¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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sexta-feira, fevereiro 02, 2007
 
DICAS DE PARIS




· Os grandes bares de esquina ou de bocas de metrô são sempre mais caros que os botecos mais discretos. Lá, se paga pela paisagem. Num botequinho modesto de meio de rua, pode-se tomar a mesma cerveja dos bares mais imponentes, quase pela metade de preço. Vale o mesmo para cafezinho ou refeições

· Mesmo assim, estacionar em pelo menos um dos dois cafés frente ao metrô Odéon: o Danton e o Rélais de l Odeon, um quase em frente ao outro. Apanhar um jornal, pedir algo e olhar a fauna. Vale a consumação. Por outro lado, sentar numa terrasse numa tarde de setembro, mesmo que o cafezinho custe um pouco mais, é uma boa hipótese para observar as gentes

· Se quiseres uma taça de vinho, deves pedir um ballon, rouge ou blanc, conforme teu gosto

· Dar um giro pela rue Mouffetard, perto do Panteon. Há uma feira deliciosa nas manhãs de domingo. Almoços ótimos e abordáveis. A Mouff merece uma visita, é uma rua para onde os parisienses tentaram fugir, para escapar ao Quartier Latin. Se bem que o turismo já chegou lá. Saindo da Sorbonne, dá uns 10 ou 15 minutos a pé

· Um restaurante interessante a visitar é o Polydor, na rue Monsieur Le Prince, a uns cinco minutos da Sorbonne. Almoços relativamente baratos. Gosto muito, particularmente quando tem boudin no cardápio, o que não acontece todos os dias. Modesto, honesto e tradicional. Bom para um almoço sem maiores pretensões.

· Bem no início da Rue du Faubourg Montmartre, há um restaurante peculiar, o Chartier, bem no início, à esquerda, no fundo de uma cour. Simpático, folclórico e muito barato. À noite, fecha às nove. Só pelo ambiente, vale a visita. Lembrar que em Paris as mesas, mesmo pequenas são coletivas. Não te importa de sentar junto a estranhos ou que eles sentem em tua mesa. É normal em muitos restaurantes de Paris

· Na Gare de Lyon há um restaurante suntuoso, um teto de cair o queixo, o Train Bleu. Vale a pena a visita, que mais não seja para tomar um cerveja no bar e contemplar o ambiente. Não aconselho comer nele. Muito caro

· Há um belíssimo restaurante, o Julien, na rue du Faubourg Saint-Denis. Pratos excelentes, nada caros em termos de Paris. A rua é de prostituição, mas freqüentável sem problema algum

· Na rue Mabillon, procurar o Charpentier, excelente cozinha, preços humanos. Recomendo vivamente. O restaurante, simpaticíssimo, é ligado ao movimento de Compagnonage, uma confraria meio paralela à maçonaria.

· Na Île St. Louis, ilha ao lado da ilha da Notre Dame, na rue St. Louis en l?Île, procurar Le Sergeant Recruteur ou, ao lado, Nos Ancêtres, les Gaulois. São dois restaurantes com menu a preço fixo. Entradas, queijos e vinhos à vontade. Quanto aos pratos propriamente ditos, escolhes um entre três opções. Não esquecer que o vinho é à la volontê. Não é lugar para se ir sozinho. Como é ambiente de alegria coletiva, o solitário fica um tanto deslocado

· Algo mais sofisticado e, evidentemente, mais caro: o Bofinger, numa pequena travessa da Place de la Bastille. É só chegar na Place e perguntar pelo restaurante. Sem falar na cozinha, só o interior vale uma tarde e alguns euros a mais. Quando sento lá, não tenho mais vontade de sair. Em frente, o Petit Bofinger, caso o Bofinger esteja lotado. Mas a arquitetura do Petit não se compara à do primeiro

· Um excelente restaurante, o preferido do Mitterrand, é a Brasserie Lipp, no boulevard Saint Germain . As esquerdas sempre sabem onde se come bem. Recomendo fortemente. O plat de resistance é o cassoulé

· Frutos do mar há por toda parte. Mas um dos locais mais reputados é o Au Pied de Cochon, no Les Halles

· O Tour d?Argent tem preços assustadores à noite. Mas tem (ou tinha) um menu ao meio-dia por algo em torno a 50 euros

· Em quase todos os restaurantes que arrolo, se quiseres vinho, em vez da bouteille podes pedir um pichet, ou, para amadores, un demi pichet ou un quart pichet. Ou seja, uma jarra de vinho, uma meia jarra ou um quarto de jarra. Em geral, o vinho é potável. Em restaurante bom, o vinho é bom



· Tivesse eu de visitar apenas cinco restaurantes, pela ordem, eu começaria pelo Bofinger, continuaria pelo Julien e Charpentier, e terminaria com a Taverne du Sergeant Recruteur e a Brasserie Lipp



· A gorjeta sempre vem incluída na conta. Sempre. Lei do Mitterrand



· Fora isso, deve existir mais uns cinco mil restaurantes e cafés por lá, à tua espera