¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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quarta-feira, julho 25, 2007
 
SONHO DE UMA NOITE DE INVERNO




Comentei ontem que o tal de terceiro aeroporto em São Paulo, solução miraculosa para a crise aérea, era apenas truque tirado do bolso da jaqueta. "Para quando o terceiro aeroporto? Bom, só as questões fundiárias demandariam uns quatro anos de litígios na Justiça. Aí o governo é outro e a necessidade do terceiro aeroporto talvez seja até mesmo posta de lado".

O governo nosso é extraordinariamente dinâmico. Não precisou de quatro anos para mudar de idéia. Bastaram 24 horas. Leio hoje na coluna “Painel”, da Folha de São Paulo:

"Anunciada por Lula três dias depois da tragédia em Congonhas, a construção de um novo aeroporto em São Paulo será discretamente deixada em banho-maria. Ciente de que a empreitada terá efeito prático zero sobre a atual crise, dados os anos necessários à sua concretização, a cúpula do governo tende a priorizar a ampliação das instalações já existentes".

Gente que pensa rápido taí. Me lembra um iluminado que conheci nos dias de Porto Alegre: "eu penso tão rápido que não consigo acompanhar meu próprio pensamento".