¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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domingo, julho 15, 2007
 
UM CRIME TIPICAMENTE CATÓLICO



Em maio passado, o cardeal Roger Mahony anunciava que a Igreja Católica de Los Angeles pensava em vender o Centro Católico arquidiocesano da cidade para pagar as indenizações de 60 milhões de dólares a vítimas de abusos sexuais por parte de alguns sacerdotes. "Algumas propriedades serão mantidas para o funcionamento de futuras paróquias, futuras escolas e estabelecimentos ministeriais semelhantes. Preferiríamos mantê-las todas, mas não temos nenhuma saída para arrecadar dinheiro, a não ser com as vendas", explicou o cardeal na ocasião.

Segundo estudo encomendado em 2003 pela Conferência Nacional dos Bispos Católicos dos Estados Unidos, 10.667 pessoas haviam apresentado queixas contra 4.392 padres e diáconos entre 1950 e 2002, ainda que os críticos aleguem que muitas das vítimas nunca apresentaram queixa, e que muitas queixas não foram registradas pela Igreja. Pelo menos cinco dioceses católicas tentaram o calote: entraram com uma declaração de quebra, por não poderem fazer frente às demandas das vítimas de abuso sexual, estimadas em centenas de milhões de dólares. O calote permitiria à diocese continuar funcionando normalmente, com os credores ficando apenas com uma parte dos ativos.

Ao que tudo indica, o cardeal Mahony subestimava o montante da dívida. Segundo o noticiário de hoje, a Igreja Católica chegou a um acordo financeiro estimado em US$ 660 milhões (dez vezes mais do que o previsto pelo cardeal) com mais de 500 pessoas que alegam ter sido vítimas de abuso sexual por padres. Isto apenas em Los Angeles. Esta indenização elevaria o total de indenizações pago pela Igreja desde 1950, nos Estados Unidos, a US$ 2 bilhões (R$ 3,7 bilhões). Sexo proibido custa caro nos States.

O problema não diz respeito apenas aos padres. "Temos 40 freiras em nosso banco de dados", disse Anne Barrett Doyle, co-diretora da Bishop Accountability, uma organização nacional norte-americana que compila dados sobre abusos sexuais praticados pela Igreja.

Em meio a isso, a Igreja insiste no celibato sacerdotal e prega a castidade a seu rebanho. Os papas, desde Pedro até o Bento, ainda não se deram conta que o problema reside precisamente no celibato clerical e na exigência de castidade. Nunca um crime foi tão intimamente associado a uma casta sacerdotal, mais precisamente a casta católica. Sempre com características homossexuais. Acontece, é verdade, mas é muito raro ouvir-se falar de padres abusando de meninas. Eles gostam mesmo é dos efebos. Cá e lá, ouve-se falar de tais abusos entre evangélicos e luteranos, mas são exceções. A regra é a Igreja Católica.

Parece que os pontífices, observadores privilegiados da História, nada aprendem com suas lições. O abuso sexual por parte dos padres católicos é praga só comparável à ablação do clitóris entre os muçulmanos. Quando os religiosos aprenderão que quem vive plenamente sua sexualidade não precisa abusar do próximo?