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¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV
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sexta-feira, outubro 26, 2007
CHINCHÓN E CINCHONA Um leitor quer saber o que é chinchón, bebida com a qual eu começava minhas leituras no Café de Oriente, em Madri. Vamos lá! É um aguardente elaborado a partir de grãos macerados do anis que se chama Matalahúga, uma fruta seca de forma ovalada e cor esverdeada, misturados com álcoois de origem agrícola. Lembra um pouco o ouzo de Kalamata grego (Ούζο Καλαμάτας). É produzido em Chinchón, província de Madri. Existe em quatro versões, o doce, o seco, o extra-seco e o seco especial. As duas primeiras estão lá pelos 40º e poucos. Quanto ao extra-seco ou seco especial, longe de mim estes cálices. Podem chegar aos 79º. Falar nisso, fiz outro dia uma descoberta curiosa. Comprei um xampu à base de quinina, que descobri então ter como nome científico Cinchona pubescens. Lembrei-me do chinchón e deitei-me a pesquisar. Curiosos são os percursos das palavras. Corria o ano de 1633 e a mulher do vice-rei do Peru, Ana de Osorio, condessa de Chinchón, sofria de uma febre tropical contra a qual os médicos espanhóis do vice-reinado confessavam não poder fazer nada. O vice-rei, desesperado ante a hipótese de perder sua amada, chamou um curandeiro indígena, que lhe aplicou a quinina. Embora o vice-rei não esperasse nenhum milagro, a mulher melhorou, a febre cedeu em poucas horas e no dia seguinte estava curada. O milagre fora obra da quinina, medicamento que os europeus desconheciam devido ao desprezo pelo que julgavam ser superstições dos índios. O vice-rei ordenou a seu médico que levasse para a Europa a planta da qual se extraía o milagroso remédio, uma substância branca, amorfa, sem cheiro, amarga e pouco solúvel, que se emprega em forma de sais para combater principalmente a febre causada pelas várias formas de malária. No Velho Continente, a planta da quina foi chamada Chinchona em homenagem à condessa, que não teve nenhum outro mérito a não ser o de curar-se com ela. Um século mais tarde, o botânico Carl von Linneus, por erro, batizou a planta como Cinchona, nome científico que leva até hoje. Erudição inútil e canja de galinha não fazem mal a ninguém. Fonte: La página del idioma español (http://www.elcastellano.org) |
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