¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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sexta-feira, dezembro 21, 2007
 
AINDA A REVOADA DE ORNITÓLOGOS



Mais furiosos que ornitólogos, só vi caradriídeos, quando a gente se aproxima do ninho deles. Caradriídeos é como os ornitólogos chamam os prosaicos quero-queros da pampa gaúcha. Reproduzo mais duas mensagens. O uso do português continua por conta dos senhores ornitólogos.


Seu texto sobre a periculosidade dos ornitólogos chega ser rídicula. Sou ornitólogo e sou contra a construção da UHE de Mauá (PR) e sou a favor do Rio Tibagi! O local da construção da UHE de Mauá é planejada para uma das últimas áreas de alta biodiversidade do PR, segundo o próprio Ministério do Meio Ambiente! Você não acha incoerente um governo que afirma que uma área deve ser conservada e mesmo assim pretende construir uma UHE e alagar essa área? EIA-RIMAs fraudados, informações omitidas e distorcidas são algumas das táticas das empresas do setor de infra-estrutura para conseguir seus objetivos, tudo isso com o papinho medíocre de que é pelo "desenvolvimento nacional", tudo isso é papo-furado!

Você deveria ler mais sobre o impacto causado pela construção de uma UHE para quem sabe mudar um pouco a sua opnião, mas acho isso pouco provável. Seu texto cheio de palavras pretenciosas e sua atitude condenscendente para com os ornitólogos me passam a idéia de ser frustrado sexualmente e de que gosta de "pagar" de intelectual para impressionar menininhas com esse seu vocabulário parnasianista.

Sinceramente,

Gabriel



SOBRE A PERICULOSIDADE DOS ORNITÓLOGOS E DE AGUNS JORNALISTAS.

Caro amigo Janer,

confesso que quando acabei de ler seu texto “sobre a periculosidade dos ornitólogos”, me levantei rápido da frente do computador rindo da tamanha falta de informação ali contida. Contudo, por estudar área correlacionada à ornitologia sinto-me na obrigação de dar-lhe algumas informações sobre o assunto, já que seu tempo deve ser escasso para pesquisar antes de escrever.

Primeiramente, quando um ornitólogo evidencia uma espécie em declínio populacional ocorre um monitoramento dessa população para que seja inferido se ela corre perigo de extinção. Essa extinção pode ser natural, como ocorreu com milhões de espécies em nosso planeta, mas também pode estar sendo acelerada por processos antrópicos. O importante é sabermos que uma espécie de ave que está sendo extinta não é apenas uma ave, ela representa milhões de anos de evolução e até de co-evolução. A natureza é regida por processos ecológicos e a ave é apenas uma parte desses processos, proteger essa ave é proteger a fruta da qual ela se alimenta, é proteger a árvore que fornece esse fruto, é proteger a sombra que essa árvore gera para os gados é proteger a umidade necessária para o sucesso da sua defendida agricultura.

O Sr. Citou um exemplo de uma ONG que vetou a construção de uma hidrelétrica na índia mas por falta de referencia não consegui ler sobre o assunto...realmente se isso ocorreu é lamentável, mas no Brasil, por exemplo, a maioria dos movimentos anti-barragens levam em consideração o bem estar da comunidade local e a conservação da biodiversidade, passou-se o tempo em que ambientalistas inconseqüentes se manifestavam a favor do verde, hoje isso é feito também por muitos doutores e estudiosos por uma questão de necessidade, a vida não se mantém sobre concretos...

O Sr. cita que “De qualquer forma, desde quando passarinho é prioritário ante um projeto de agricultura ou pecuária? Por outro lado, pássaros voam. Se um território tornou-se hostil, eles buscam outro. Pássaros migram. Não é preciso ser ornitólogo para saber disto. Quando migram, não migram a pé. Asas vão longe e a Amazônia é vasta.” Ora meu amigo, para algumas espécies de aves 100m é como o oceano atlântico para um homem! Se o Brasil fosse atacado nesse momento por uma forte força bélica, o Sr. sairia nadando pelo oceano atlântico até chegar à África sem nenhum problema? Sugiro que leia mais sobre o assunto.

Para finalizar gostaria de dizer que o Sr. assim como eu e todos os leitores desse veículo informativo somos dependentes do meio natural, é como uma teia; de alguma forma as aves estão relacionadas a nossas atividades diárias. Quando um ornitólogo briga pela preservação de uma ave, ele briga também pela preservação de recursos naturais, pelo respeito à vida, pelo nosso bem estar, ou seja, por um desenvolvimento realizado com estudos que contemplem todos os itens necessários a uma sociedade. Concordo que alguns ornitólogos são reducionistas e inconseqüentes, assim como alguns jornalistas que influenciam milhares de pessoas com textos sem fundamentação, por isso o Senhor deveria mudar o título do seu texto para “Sobre a periculosidade de alguns ornitólogos”.

João Vitor Campos e Silva