¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

Powered by Blogger

 Subscribe in a reader

segunda-feira, dezembro 31, 2007
 
DISSERAM POIS OS ÍMPIOS...



Disseram pois os ímpios no desvario de seus pensamentos: o tempo de nossa vida é curto e cheio de tédio, e não há nenhum bem a esperar depois da morte, e também não se conhece ninguém que tenha voltado dos infernos.

Pois do nada somos nascidos e depois desta vida seremos como se nunca tivéssemos sido. Pois a respiração de nossos narizes não passa de fumaça; e a razão é como faísca para mover o nosso coração.

Apagada ela será e nosso corpo reduzido a cinza e o espírito se dissipará como um ar sutil.

E a nossa vida se desvanecerá como uma nuvem que passa e se dissipará como um nevoeiro que é afugentado pelos raios de sol e oprimido pelo seu calor.

E o nosso nome com o tempo ficará sepultado no esquecimento, e ninguém se lembrará de nossas obras.

Pois nossa vida é a passagem de uma sombra, e não há regresso depois da morte. Pois, lacrada, dela ninguém retorna.

Vinde portanto, e gozemos dos bens presentes, e apressemo-nos a usar das criaturas como na mocidade.

Enchamo-nos de vinho precioso e de perfume e não deixemos passar a flor da primavera.

Coroemo-nos de rosas antes que murchem; não haja prado algum em que a nossa intemperança não se manifeste.

Nenhum de nós falte às nossas orgias. Deixemos em toda parte sinais de alegria, porque esta é a parte que nos toca e esta é a nossa sorte.

(Livro da Sabedoria, II:1,7)


Bom 2008 a todos leitores!