¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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sábado, dezembro 29, 2007
 
EUROPA FINANCIA TERROR NA EUROPA



A Europa foi escolhida como um gigantesco lar seguro pelos terroristas porque, diferentemente de todas as demais partes do mundo (incluindo-se o norte da África, o Oriente Médio e outros países muçulmanos), ela oferecia não apenas segurança, mas também assistência financeira porque, conforme as regras vigentes e enquanto solicitantes de exílio político, os “ativistas” podiam se habilitar a apoio financeiro.

Desse modo uma situação bizarra se desenvolveu: Abu Qatadah, que se acreditava ser o representante de Osama bin Laden na Europa, obteve exílio na Grã-Bretanha; Abu-Hmaza al-Mizri fez da mesquita de Finsbury o centro de “atividades militantes” na Europa Ocidental; o mulá Krekar, líder da Al Ansar, foi para a Noruega; Abu Talal al-Qasimi, um dos cabeças do Gama’a egípcio, fez da Dinamarca sua base de operações (1993); Abdel Ghani Mzoudi e Mounir el-Mouttazadek, da célula de Hamburgo que realizou os ataques do 11 de setembro, continuam operando livremente. Eles ficaram detidos durante algum tempo, mas o sistema legal alemão mostrou-se impotente para lidar com eles. Células terroristas surgiram e operaram por muitos anos em Madri, Turim, Milão, Frankfurt, Roterdã, Eindoven (a mesquita Al Furgan) e em diversas localidades.

Em algumas ocasiões, os “militantes” foram levados a julgamento, mas com freqüência acabaram absolvidos. A maioria vivera durante anos à custa da assistência social e recebera apartamentos, pagamentos à vista de autoridades locais ou estaduais que chegavam a dezenas (muitas vezes centenas) de milhares de dólares, seguros-desemprego para ele e suas numerosas famílias; em certos casos, receberam apoio para suas atividades religiosas. O mulá Krekar foi preso pelas autoridades dinamarquesas durante um breve período; ele entrou com um processo e recebeu cinco mil euros por prisão injustificada, quantia posteriormente aumentada para 45 mil euros. Enquanto isso, esses ativistas não faziam segredo de suas intenções – chegaram a ameaçar os governos anfitriões com retaliações medonhas caso suas exigências não fossem atendidas.


(In Os últimos dias da Europa - Epitáfio para um velho continente, de Walter Laqueur, Rio de Janeiro, Odisséia Editorial, 2007)