¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

Powered by Blogger

 Subscribe in a reader

quinta-feira, janeiro 24, 2008
 
GUSTLOFF VOLTA À TONA



Aos 30 de janeiro de 1945, um submarino soviético lançou três torpedos contra o transatlântico Wilhelm Gustloff, que na ocasião estava aparelhado como navio-hospital e transportava 10.582 alemães, entre passageiros e tripulantes, que fugiam do avanço do Exército Vermelho. Mais de nove mil pessoas morreram no mar, quase seis vezes mais do que no naufrágio do Titanic. Se o Titanic afundou em razão de um acidente, o afundamento do Gustloff foi um massacre cometido a sangue frio.

Durante décadas, o episódio permaneceu sepultado sob um mar de silêncio. Fora um filme de 1959, do cineasta alemão Frank Wisbar - Nacht fiel über Gotenhafen – e uma menção no livro Im Krebsgang (Passo de Caranguejo), 2002, de Günter Grass, a tragédia permaneceu esquecida no século passado. Pelo jeito, foi preciso que o Muro de Berlim fosse derrubado e que a União Soviética desmoronasse, para que o assunto voltasse à tona.

Estreou ontem na Alemanha, com a presença da chanceler Angela Merkel, um filme produzido pela televisão pública alemã ZDF e dirigido por Joseph Vilsmeier – Gustloff – que evoca a tragédia. O filme será transmitido pela ZDF em 02 e 03 de março vindouro. As viúvas do Kremlin já estão pondo as barbas de molho. Para o deputado Dietmar Barsch, do Partido de Esquerda, o filme está eivado de clichês.

Falta agora filmar o afundamento do Altalena, a mando de Yitzhak Rabin, que resultou na morte de mais de cem judeus.