¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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segunda-feira, março 24, 2008
 
EM LOUVOR DO MOSQUITO


Não do mosquito da dengue, é claro, esta vergonha nacional. Falo de um outro mosquito, salutar e benéfico, que ataca na Inglaterra. Trata-se de um aparelho que emite um som de baixa freqüência, que só pode ser ouvido por menores de 25 anos. Seu zumbido irrita os jovens e o aparelho já foi instalado por cerca de 3.500 comerciantes em seus quiosques.

Você está irritado com o barulho dos jovens? Basta acionar o aparelhinho. O Comitê para a Infância da Inglaterra e o grupo de direitos Liberty querem proibir o mosquito. Mas o governo saiu em seu apoio, respaldado pelo ministério do Interior britânico.

A empresa que fabrica e distribui os aparelhos, Compound Security Systems, protegeu-se com estudos que demonstram que os mesmos não são nocivos à saúde, embora o ruído seja irritante, e consideram que sua utilização não é uma violação dos direitos humanos das crianças.

O inventor do mosquito é Howard Stapleton, que mereceu em 2006 o Ig Nobel. Descobriu quando, jovem, acompanhou seu pai a uma fábrica que ele dirigia e logo ao entrar teve de sair, pois não conseguia suportar o nível de ruído. Os adultos estranharam sua saída, pois não ouviam nada. Era o ruído das máquinas da fábrica, do qual os funcionários não se queixavam nem protegiam os ouvidos. Engenheiro eletrônico, Stapleton intuiu o princípio da coisa e concebeu o aparelhinho.

Ou seja, um prêmio Ig Nobel pode ser mais útil à sociedade do que um Nobel. Nós, adultos, sempre precisamos de alguma proteção contra os jovens. A humanidade, penhorada, agradece Stapleton.