¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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terça-feira, março 18, 2008
 
SOBRE A COERÊNCIA DOS PAPISTAS



Pesquisando sobre Tomás de Aquino, encontrei em Veja, edição de fevereiro do ano passado, esta pérola de Reinaldo Azevedo, o recórter chapa-branca tucanopapista e, ao que tudo indica, também tomista:

“A Igreja Católica conta hoje com 33 Doutores, seus "deuses" maiores, todos eles santos, que se tornaram notáveis graças a sua entrega à vida religiosa e por sua produção doutrinária. Destes, quatro ocupam um lugar especial: Santo Agostinho (354-430), Santo Ambrósio (340-397), São Jerônimo (347-420) e São Gregório Magno (540-604). Eu reivindicaria um quinto: Santo Tomás de Aquino (1225-1274), um gigante da teologia e da filosofia. Se um dia você quiser ao menos uma explicação plausível, inteligente, culta, que concilia a fé e a razão, a crença e a ciência, leia o que for possível ler da Suma Teológica, de Santo Tomás. Esse catolicismo dos Doutores foi fundamental para consolidar o aparelho da Igreja – sem o qual não haveria o resto –, mas ele só conta parte da história”.

Curiosamente, o recórter chapa-branca tucanopapista tomista tem definido o aborto como assassinato, homicídio. Parece não ter lido a obra de dois de seus campeões, são Tomás e santo Agostinho, que eram favoráveis ao aborto. Segundo o aquinata, só haveria aborto pecaminoso quando o feto tivesse alma humana o que só aconteceria depois de o feto ter uma forma humana reconhecível. Para o Doutor Angélico, como o chamam os católicos, a chegada da alma ao corpo só ocorre no 40º dia de gravidez. A posição de Aquino sobre o assunto foi aceita pela igreja no Concílio de Viena, em 1312. Isso sem falar que foi só em pleno século XIX, em 1869 mais precisamente, que o Papa Pio IX declarou que o aborto constitui um pecado em qualquer situação e em qualquer momento que se realize.

O recórter chapa-branca tucanopapista tomista está navegando em rota de colisão com seus mestres inefáveis. A ICAR incensa Tomás e Agostinho. Na hora de comentar a opinião de seus doutores sobre o aborto, caluda!