¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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domingo, abril 20, 2008
 
LE FOND DE L'AIR EST ROUGE



Quando sou convidado para falar em alguma universidade, costumo iniciar com uma pergunta: que aconteceu no dia 09 de novembro de 1989? Professores ou alunos, ninguém sabe responder. Em minha última palestra, em Guarapuava, no Paraná, um professor soube. Ele era italiano. Brasileiros nem têm idéia do que aconteceu nessa dia, certamente a mais importante do século passado.

No Estadão de hoje, Gaudêncio Torquato confirma minha observação: "Muitos dos 2,5 milhões de professores de educação básica, lecionando nas 200 mil escolas públicas do País, ainda não tomaram conhecimento de que o Muro de Berlim desmoronou".

O articulista se refere a professores de educação básica. Mas se observasse o que ocorre no mundo acadêmico, constataria que a miséria é a mesma. Dos anos 60 para cá, sempre houve uma predominância do pensamento comunista na imprensa e na universidade brasileiras. Enquanto a Europa festejava o 09 de novembro como a segunda revolução do século, no Brasil as viúvas do Kremlin carpiam a derrubada daquele símbolo da ignomínia de um século marxista.

Le fond de l'air est rouge, diziam os meninos burgueses que vandalizaram Paris em 1968. Isto é, o fundo do ar é vermelho. Quatro décadas depois de Maio 68, duas décadas depois da queda do Muro, no Brasil o fundo do ar continua sendo vermelho.