¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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quinta-feira, abril 24, 2008
 
MÃO-DE-OBRA BARATA



De outro leitor, que prefere manter-se anônimo, recebo:

Olá, Janer:

bem, em pouco mais de um mês chego em Lyon, na França, onde começo o doutorado no INSA. Vou receber um salário, pago pela EDF (que financia o projeto que eu e meus orientadores vamos desenvolver pelos pŕoximos três anos), de 1600 euros. Pode parecer pouco, mas já vi que dá pra viver com isso em Lyon (fiz o mestrado lá também, na ENS, e ganhava o mesmo valor) e é bastante alto se comparado ao que normalmente recebe um doutorando e mesmo pós-doutorandos na área de ciências na Europa.

Moral da história: se, no Brasil, os mestrados e doutorados são vistos já como uma forma de burlar o desemprego, lá fora, é um modo de se ter mão-de-obra barata pra conduzir pesquisas. Você trabalha duro num laboratório, e salvo casos raros, recebe uma merreca no final do mês. Não por outro razão os centros de pesquisa europeus andam recrutando agressivamente pós-graduandos em países do Terceiro Mundo: os europeus mesmo não andam muito tentados com esse "emprego".

Bem, não sou hipócrita: vou atrás não só de ciência, mas de viagens e da cultura européia, que me fascinam. Por isso vale a pena.

[]s.