¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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quarta-feira, julho 02, 2008
 
NO QUARTEL DE ABRANTES


Em crônica passada, comentando a famosa Lei Seca que acaba de entrar em vigor, afirmei que daqui a uns três meses não se fala mais no assunto. Leio hoje na Folha online que a polícia de São Paulo a considera como "uma medida malfeita e que pode ser contestada judicialmente".

Segundo o delegado Tabajara Novazzi Pinto, diretor da Academia de Polícia, o problema da lei é que o motorista não tem a obrigação de fazer o teste do bafômetro, nem o exame de sangue ou o teste clínico que pode determinar se ele consumiu álcool. O direito de não produzir provas contra si mesmo é assegurado pela Constituição Federal.

Nossos legisladores, pelo jeito ainda não adquiriram as noções básicas do que é lei maior e lei menor. Nem querem ouvir falar do assunto. Pedro Abramovay, secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, declarou ao jornal que o governo não mexerá na lei. Contudo, ele espera contestações na Justiça para que a margem de tolerância, temporariamente fixada em 0,2 decigramas de álcool por litro de sangue, fique próxima da atual.

Ou seja, em breve tudo ficará como dantes no quartel de Abrantes. Fica o dito pelo não-dito e não se fala mais no assunto. Quanto a mim, continuarei bebendo. Mas posso garantir que jamais dirigirei após beber. Se ainda não aprendi a dirigir, não será após minha 61ª volta em torno ao sol que aprenderei.