¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

Powered by Blogger

 Subscribe in a reader

sábado, setembro 20, 2008
 
SCHOPENHAUER E O ISLÃ



O leitor Aender dos Santos me envia um parágrafo de O Mundo como Representação:

"Templos ou igrejas, pagodes ou mesquitas, em todos os países, em todos os tempos, testemunham, no seu esplendor e grandeza, essa necessidade metafísica, que vivaz e indestrutível, mui de perto acompanha no homem a necessidade física. Se estivéssemos dispostos à sátira, poderíamos acrescentar, é na verdade, que se trata dum modesto comparsa, que nada custa satisfazer. Fábulas grosseiras, contos insípidos bastam por vezes para contentá-lo. E, com a só condição de lhe terem sido inculcados bem cedo, aceita-os voluntariamente como explicações de sua existência e como apoios de sua moralidade. Leia-se, por exemplo, o Alcorão: este mau livro bastou para fundar a religião de um mundo todo, para satisfazer durante doze séculos a necessidade metafísica de inumeráveis milhões de homens, para estabelecer sua moral, para introduzir nesta um supremo desprezo pela morte e para lhe inspirar o fanatismo de guerras sangrentas e de longínquas conquistas. Apresenta-nos o teísmo sob sua forma mais triste e mais pobre. É possível que se perca muito na tradução, mas eu não pude descobrir nele um só pensamento de algum valor. Isto prova que a capacidade metafísica não caminha a par com a necessidade metafísica".