¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

Powered by Blogger

 Subscribe in a reader

quarta-feira, outubro 29, 2008
 
DEUS NUNCA PERDE


No livro A Força da Fé, escrito pela jornalista Iva Oliveira, a apresentadora Ana Maria Braga, que já venceu dois cânceres, atribui sua cura à intervenção divina e a correntes de oração.

“Sei também que as mensagens positivas e as correntes de oração que fizeram para mim foram fundamentais para que eu pudesse enfrentar momentos tão difíceis. Recebi muita energia da família, dos amigos e dos telespectadores. Essa fé transformou a minha vida, apesar de que Deus sempre teve um significado muito grande para mim, mesmo antes de ficar doente”.

Ah! Eu conheço essas correntes. Quando minha mulher adoeceu, diversas correntes de oração foram formadas em várias capitais do país. Os participantes todos estavam convictos de que ela seria curada pelo poder da fé. “Estamos empenhando nossos créditos junto ao Poderoso” - disse-me um deles. Eu, que jamais acreditei nessas baboseiras, não podia reclamar. Estava de mãos atadas. Era um gesto de carinho em relação à Baixinha e isso não é coisa que se possa recusar.

Ela acabou partindo. De repente, mudou completamente a visão dos crentes: “agora, ela está em um mundo melhor”. Ora, se ao morrer vamos para um mundo melhor, por que não rezavam então os crentes para que morresse logo? Por que faziam correntes para que ficasse neste mundo pior? Esta pergunta jamais me foi respondida.

Com a mesma nonchalance de um Abraão ou Moisés, Ana Maria Braga tem comunicação direta com o Poderoso:

“Eu nunca deixei de falar com Deus. Também rezava muito na época em que estudei em colégio de freiras. Tinha até calos nos joelhos, pois era o dia inteiro rezando”.

Não só com o Poderoso, mas também com demais potestades:

“Desde aquela época, passei a ser devota de Nossa Senhora de Lourdes e sempre tive São Benedito na minha cozinha. Porém, de uns tempos para cá, como todo mundo sabe, Nossa Senhora de Fátima Peregrina se transformou em minha grande companheira. Não que eu tenha deixado de ser devota dos outros santos, mas Nossa Senhora de Fátima passou a ter um significado muito grande porque entreguei minha vida em suas mãos na época do meu segundo câncer. Foi quando ela começou a me visitar em casa. Estava muito carente e a chegada da santa foi uma bênção. Ela virou uma grande amiga. Toda noite, conversava com ela. Chorava a seus pés e encontrava forças para lutar contra a doença. Nossos diálogos eram tão intensos que ouso dizer que ela sorria para mim. Hoje, além de recebê-la com freqüência em casa, onde há um altar reservado para ela, faço uma missa em sua homenagem anualmente, porque prometi que assim seria caso sobrevivesse. É a minha maneira de agradecer”.

Ao ter detectado seu último câncer, por via das dúvidas Ana Maria Braga buscou medicina de ponta em Miami, para ver se havia metástases. O resultado foi negativo. Espanta saber que a moça buscou resposta na vã ciência dos mortais, quando poderia interrogar o Onisciente. Se tem tanta intimidade com Deus, a ponto de falar com ele a qualquer hora, bem que poderia perguntar-lhe sobre a evolução da doença. Ou, se não quisesse desviar a atenção do Senhor de suas graves preocupações com o universo, bem que podia perguntar para a Fátima, sua grande amiga.

Em vez de entregar-se aos cuidados do Senhor ou aos braços de sua grande amiga, Ana Maria Braga preferiu internar-se em um dos mais reputados hospitais de São Paulo, o Sírio Libanês. Em vez de entregar-se à graça divina, prudentemente, preferiu fazer quimioterapia. Uma vez curada, encomenda missas não para seus médicos, nem para o Sírio Libanês, mas para a Fátima Peregrina. Insólita homenagem, afinal a Fátima - como também as demais Marias, que no fundo são uma só - está desde há muito nos céus e não precisa de missa alguma.

“Considero-me atualmente uma pessoa espiritualizada, pois, além da crença nos meus santos, sigo princípios do budismo, acredito na vida após a morte e vou tirando um pouquinho de cada religião”. Quer dizer, uma fichinha em cada fé. Nunca se sabe. De qualquer forma, melhor apelar à boa medicina.

Deus sempre ganha. Se a pessoa se cura, é porque Ele a curou. Se morre, é porque Ele, em sua misericórdia, a levou para um mundo melhor. Razão tinha Sua Santidade Bento XVI, ao afirmar que a palavra divina é mais sólida que ações na Bolsa. Largue suas ações da Vale, Petrobras, Volkswagen.

Faça como Ana Maria Braga, aposte no Verbo divino.