¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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domingo, outubro 19, 2008
 
SE OBAMA PERDER,
ELEITOR É RACISTA



A atenção da imprensa brasileira à eleição nos Estados Unidos parece ser igual ou maior que a preocupação com as eleições nacionais. No que dependesse da votação dos jornalistas brasileiros, Barack Obama já estaria eleito. Pena que o pleito é lá. A Folha de São Paulo de hoje levanta uma tese curiosa. Em reportagem do enviado especial, lemos:

RACISMO É O INIMIGO À ESPREITA DE OBAMA

E na linha fina:

Vantagem de 6,9 pontos do democrata pode estar inflada por "racistas enrustidos"

O repórter fala de um tal de "efeito Bradley", cálculo feito a partir de um caso real, segundo o qual negros que disputam cargos executivos nos EUA devem ter entre cinco a sete pontos descontados das pesquisas de intenção de voto. Este seria o total de "racistas enrustidos", que declaram um voto ao pesquisador e agem de outra maneira nas urnas. Fica entendido que se o candidato é branco e o eleitor não vota de acordo com o que declarou nas pesquisas, não se trata de racismo. Só há racismo quando o candidato é negro.

Ou seja: se Obama não for eleito, isto significa que o eleitorado foi racista. Se você não é racista, tem obrigatoriamente de votar em Obama. Mesmo que discorde de suas idéias ou de seu programa eleitoral. Mesmo que prefira, pelas mesmas razões, votar em McCain. Não votar em Obama é crime.