¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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quinta-feira, janeiro 29, 2009
 
HOLOCAUSTO DE JUDEUS
E HOLOCAUSTOS OUTROS



Costumo afirmar que padre não briga com padre. Mas o Bento XVI andou usando de mão inábil. Revogou, no sábado passado, a excomunhão sob a qual estavam submetidos há mais de vinte anos os bispos da Fraternidade Sacerdotal San Pio X, ou bispos lefebvrianos. O documento ressalta que a remoção do caráter de excomungados é uma iniciativa de Bento XVI para "recompor a ruptura com a fraternidade", em direção a uma "completa reconciliação."

Bento só não contava com a reação dos judeus. Ontem ainda, segundo o Jerusalem Post, o Rabinato de Israel cortou todos os seus laços com a Santa Sé de forma indefinida em protesto pela decisão do papa. Pois revogava a excomunhão de um bispo que nega o Holocausto.

Em uma carta enviada à Santa Sé por seu diretor geral, Oded Weiner, o Rabinato comunica sua indignação pela reabilitação do bispo britânico Richard Williamson e suspende um encontro entre judeus e cristãos programado para o início de março. "Sem uma desculpa pública será difícil continuar com este diálogo", afirma Weiner. O encontro devia acontecer entre os dias 2 e 4 de março em Roma entre o Rabinato e a Comissão da Santa Sé para as Relações Religiosas com o Judaísmo, presidida pelo cardeal Walter Casper.

O que o Rabinato não entendeu é que o bispo Williamson não foi excomungado por suas opiniões sobre o Holocausto. Coube a João Paulo II excluí-lo da comunhão dos fiéis, pelo fato de a Fraternidade Sacerdotal San Pio X, grupo fundado pelo arcebispo francês Marcel Lefebvre, se opor ao reformismo das medidas aprovadas após o Concílio Vaticano II, como a autorização da celebração das missas em diferentes idiomas, e não só o latim.

Sem ter mandato para tanto, Lefebvre ordenou quatro bispos, entre eles Richard Williamson, que foram formalmente submetidos à excomunhão latae setentiae pela Congregação para os Bispos, no dia 1° de julho de 1988. Ou seja, nada a ver com a negação do Holocausto.

Negar o Holocausto já traz em si sua punição, é atestado de indigência mental. O que se pode discutir é o número de judeus mortos geralmente admitidos, seis milhões de cadáveres. Ora, ninguém consegue contar seis milhões de cadáveres, particularmente se foram incinerados. Pessoalmente, não tenho como dogma essa cifra.

Em suma, Sua Santidade meteu-se em um imbróglio bem mais complicado com Israel que o provocado por Tarso Genro com a Itália. Negar o holocausto praticado pelos nazistas é insanidade.

Neste sentido, os judeus são bem mais honestos. Jamais negaram os holocaustos que cometeram para a construção de Israel. Estão todos atestados na Bíblia e nenhum rabino os colocaria em dúvida.