SÓ FALTA O EXÉRCITODe Charlie, um de meus interlocutores de blog e Orkut, recebo:
A “polícia indígena” eu conheci de perto. Na verdade, tive a oportunidade de trabalhar ombro a ombro com bugres armados com cacetetes rudimentares, ou tacapes, em operações policiais dentro da reserva. E isso não aconteceu nos confins da floresta amazônica, onde só é possível chegar de barco depois de dias de viagem. Aconteceu no noroeste do Rio Grande do Sul, no município de Tenente Portela onde existe uma reserva dos índios Kaingangs (literalmente, “moradores do mato”). E sim, eles tinham um minúsculo xadrez onde jogavam os indivíduos mais problemáticos.
Se não me engano, isto configura crime de cárcere privado. Mas as autoridades, policiais e políticas, do município e da região, fazem vista grossa aos milicianos. Eu, policial civil, precisava de autorização para entrar na reserva, dada ou pelo cacique ou pelo “capitão” – o chefe da força policial clandestina. A reserva de Ten. Portela não é a única que possui uma milícia privada, trabalhei também com "índios policiais" em Miraguaí.