¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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terça-feira, junho 23, 2009
 
DIPLOMAS E OFÍCIOS


Caro Janer,

A coisa assume nuances de romance kafkiano. Estava em uma academia que nós, moradores do prédio (moro num apartotel) resolvemos equipar uma academia e cuidar do corpo, cada um contratou seu "personal" e seguia suas orientações. Eu, já adepto do culto ao físico e tendo formação médica, preferi orientar a mim mesmo sem ajuda de educador físico.

Não há de ver que apareceram fiscais do conselho regional dos educadores físicos para nos notificar por não termos professor disponível em uma academia em nossa casa? Quando vi o teor da conversa com o zelador, convidei-os a se retirarem por entrarem em ambiente privado sem autorização e lhos perguntei se, caso espirrassem, teriam de recorrer imediatamente aos meus serviços sob risco de notificação caso usassem um lenço sem minha supervisão. Eles ficaram constrangidos e se retiraram. Pois é, querem nos dizer até o que fazer com nossos corpos.

Meu pai enfrentou um processo e ganhou ao rechaçar o achaque do conselho dos economistas. Ele tocava empresa com a minha mãe, de fomento mercantil e cobrança. Como essas empresas estão, na maioria das vezes, servindo de fachada para agiotas, eles acharam que, tendo culpa no cartório, meu pai abaixaria a cabeça. Deram com os burros n'água e ainda tiveram de se desculpar.

Gostei do critério proposto pelo senhor: cursos que precisem de laboratórios e prática devem ser preservados (acho que nem precisaria, mas, enfim...), cursos de giz e quadro-negro, diploma é "valor agregado".

Fernando C. Albuquerque