¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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segunda-feira, junho 29, 2009
 
OBAMA REVELA
AO QUE VEIO



Um presidente que quer reeleger-se propõe um plebiscito para permitir sua reeleição. O plebiscito é considerado ilegal pela Suprema Corte de seu país. O Congresso aprova uma lei que impede a realização de consultas populares 180 dias antes e depois das eleições. O presidente ignora a lei e a decisão da Suprema Corte e mantém o plebiscito. A Suprema Corte ordena que o Exército destitua o presidente do país. Em defesa da Constituição, do Congresso e da Suprema Corte, o Exército o destitui. Dia seguinte, a imprensa internacional toda fala em golpe. Quando Exército rasga a Constituição é golpe. Quando a defende, também é golpe. Não entendi.

Talvez o imbróglio se torne mais claro quando Hugo Chávez, o clown do continente, declara seu apoio ao presidente que queria rasgar a Constituição e diz que não reconhecerá outro presidente hondurenho que não seja José Manuel Zelaya.

O presidente que preparava um golpe branco recebe, de repente, o inusitado apoio dos EUA. Barack Obama condenou a destituição do presidente hondurenho e pediu que "todos em Honduras respeitem normas democráticas, o estado de direito e os princípios acordados na Carta Democrática Interamericana". Para isso, disse Obama, Zelaya deve retornar ao poder. Ora, quem estava desrespeitando as normas democráticas, o estado de direito e os princípios acordados na Carta Democrática Interamericana era precisamente Zelaya.

É difícil imaginar que o presidente americano esteja mal-informado. Ainda há pouco, em um discurso na universidade do Cairo, revelou ao que veio, ao defender o Islã e a ditadura de Hosni Mubarak. Ao apoiar o tiranete da Venezuela e um projeto de ditadura, Obama de novo confirma seu apreço por ditaduras.