¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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quarta-feira, julho 29, 2009
 
O CRESCIMENTO ABSURDO
DA ATIVIDADE DO ESTADO



Caro Janer,

Gostei muito dos seus artigos sobre o "sistema" de cotas e o sobre a Cracolândia. Num livro antigo, Os Dez Mandamentos, da Civilização Brasileira, o último mandamento (salvo traição da memória) era um conto do João Antônio, e na minha opinião seu melhor texto, sobre a fragmentação da zona em São Paulo. Nestes mesmos endereços onde você viu a degradação da cracolândia. Paulinho Perna Torta era o herói.

Este episódio da proibição ao fumar tabaco (não fumo e nunca fumei) mostra tantas coisas: o crescimento absurdo da atividade do Estado, o despropósito de quem não consegue coibir o uso de drogas proibidas e investe contra as legalizadas e, sobretudo, revela como o sistema repressivo é todo voltado contra uma parcela da população. Nem os muito ricos, nem os muito pobres, nem os muito minoritários (por mais maioria que sejam), só para a passiva clase média pagante de impostos.

Será que vão proibir fumar nos candomblés? Nas salas de umbanda? Fumar não é característica cultural de minoria alguma?

Não podem deixar de ser ridículos?

Feliciano Swerts C. Dias


Pelo que me consta, Feliciano, nos candomblés e umbandas o fumo continuará permitido. Mas essa lei ridícula do Serra tem tudo para não pegar. Sem falar que provavelmente será revogada em suprema instância. Legislação estadual não pode revogar legislação federal. Ou qualquer dia qualquer Estado libera a maconha, cocaína, heroína. Drogas que, de fato, estão liberadas. O que quer se proibir agora é a droga legal.