¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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sexta-feira, agosto 14, 2009
 
PhDEUS USPIANO
BRANDE LAGARTOS
CONTRA EUCALIPTOS



As esquerdas odeiam eucaliptos, escrevi há alguns anos. Em 2006, para comemorar o Dia Internacional da Mulher, duas mil mulheres do movimento Via Campesina, destruíram um laboratório e um viveiro de mudas de eucaliptos da Aracruz Celulose em Barra do Ribeiro (RS). Vinte anos de pesquisa e alguns milhões de dólares foram jogados ao lixo. Eram lideradas por ativistas da Noruega, Canadá e Indonésia, mais um representante do País Basco, que atendia pelo basquíssimo nome de Paul Nicholson.

Em outubro de 2005, cerca de 300 índios tupiniquins e guaranis, reivindicando terras indígenas, ocuparam três fábricas da Aracruz Celulose S/A, em Aracruz, ES. Para dar apoio à justa causa índigena, um ônibus com estudantes saiu da Universidade Federal do Espírito Santo, entre eles - atenção! - dez noruegueses.

A luta contra os eucaliptos continua. O curiango-do-banhado e o macuquinho-da-várzea já conseguiram atrasar as obras da Barragem do Iraí, no Paraná. O papagaio-do-peito-roxo até hoje está impedindo a completa duplicação do trecho paulista da Régis Bittencourt (Curitiba-São Paulo). Um macaquinho batizado como mura está ameaçando o traçado da rodovia BR-319, que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM). Para enfrentar os eucaliptos, foram agora contratadas duas novas espécies de lagartos, o Acratosaura spinosa e o Gymnodactylus vanzolinii, já devidamente registrados na revista científica Zootaxa. Este é o primeiro passo usado por macacólogos, passarólogos e lagartólogos para poder brandir com eficácia a fauna animal contra o desenvolvimento do país.

As duas novas armas contra os pérfidos eucaliptos foram descobertas pelo biólogo José Cassimiro, doutorando do Departamento de Zoologia da USP. Os dois novos lagartos-expiatórios já são tidos com “uma fauna tão única - e ameaçada. Em campo, a gente constata que esse tipo de ambiente vai pelo mesmo caminho que os nossos outros biomas", lamenta o pesquisador. E atenção ao cerne da questão, o inimigo mortal dos lagartos: "Plantações de eucalipto já são comuns em algumas áreas", afirma. E tem mais. Cassimiro ameaça descobrir mais três potenciais novas espécies. Abaixo os eucaliptos!

Sem ser biólogo, ecólogo nem ólogo de espécie alguma, nasci cercado por eucaliptos. E lagartos. Nunca vi eucaliptos ameaçando a existência dos lagartos. Quem a ameaçava era eu, que tinha um prazer especial em caçá-los, chegando a disputar com meus cães pelo menos uma parte do troféu, o rabo. Era iguaria muito apreciada em meus pagos e tem uma característica curiosa: você pode cozer por duas ou três horas o rabo. Na hora de espetar o garfo, ele ainda se mexe.

Senhores biólogos, zoólogos, entomólogos, ornitólogos, ecólogos e ólogos afins: já está ficando por demais batido esse recurso aos bichos para impedir estradas, anéis rodoviários, barragens e eucaliptais. Vem sendo usado no mundo todo, em defesa de interesses econômicos do Primeiro Mundo. O caso do eucalipto é emblemático. Não por acaso, as depredações dos laboratórios da Aracruz foram lideradas por países que são grandes exportadores de celulose, Noruega, Canadá e Indonésia. Que têm a ver estes senhores com nossas plantações de eucaliptos?

Têm muito a ver, como já escrevi há três anos. Entre as espécies utilizadas para a produção de celulose, o eucalipto é hoje a mais rentável. Seu ciclo de crescimento é de sete anos, em contraposição às coníferas do litoral americano, que levam quase um século para amadurecer. O choupo, outra matéria-prima da celulose americana e canadense, só atinge sua altura plena após 15 anos. Se as florestas dos Estados Unidos rendem entre dois e três metros cúbicos madeira por ano, as cultivadas pela Aracruz rendem, no mesmo período, 45 metros cúbicos. Ou seja, a indústria da celulose a partir do eucalipto é extremamente competitiva.

Segundo a FAO, a produção mundial de celulose atingiu 162 milhões de toneladas em 1999. Estados Unidos e Canadá responderam com 52% do total produzido. A Noruega hoje exporta cerca de 90% de sua produção de celulose e papel. A Indonésia, principal exportador de celulose de fibra curta da Ásia, tem 70% de seu território coberto por florestas, num total de 143,9 milhões de hectares. Não me parece necessário ter a intuição de um Sherlock para perceber porque um "basco" chamado Paul Nicholson, mais representantes do Canadá, Noruega e Indonésia, coordenaram a depredação do laboratório gaúcho. Desde há muito instituições católicas européias - Misereor e Caritas, entre outras - vêm financiando o MST para destruir a estrutura agrária do País. São os cartéis do papel que injetam recursos na guerrilha católico-marxista brasileira para destruir uma indústria que representa cerca de 5% de nosso PIB e dá emprego a dois milhões de pessoas.

Coube agora a um PhDeus uspiano erguer uma nova bandeira, dois lagartos. Nada de espantar. A USP, além de ter sido a universidade que introduziu e difundiu o marxismo no país todo, continua sendo o mais aguerrido bastião acadêmico do obscurantismo comunista no Brasil.

Longa vida a Marx, ao Acratosaura spinosa e ao Gymnodactylus vanzolinii! Morte à produção competitiva de celulose!