¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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quinta-feira, janeiro 07, 2010
 
FRANÇA ESCONDE SUAS LUZES


Curiosamente, neste réveillon não tivemos notícia alguma, pelo menos na imprensa brasileira, dos vandalismos usuais de fim de ano na França. A edição de hoje do Libération noticia – tardiamente, é verdade – como foi a entrada de 2010 em Paris.

1137 carros foram queimados na passagem de ano. A cifra em pouco difere do ano anterior, 1147 carros reduzidos a carcaças. Segundo Brice Hortefeux, ministro do Interior, foi uma "noite calma, sem incidentes importantes". Isso que 30 mil policiais e 15 mil gendarmes foram deslocados naquela noite para conter tumultos. Ou seja, chegamos a uma Paris onde uma noite é considerada calma quando são queimados apenas 1137 carros, apesar da presença de 45 mil policiais nas ruas.

Durante o ano, teriam sido queimados 198 carros, contra 248 no ano passado. Falo no condicional, porque as autoridades se recusam a fornecer o número exato. "Não temos cifras porque isto não é de nossa competência", defende-se uma prefeitura. Segundo o Canard Enchainé, fontes policiais falam em 350 carros queimados.

As prefeituras contatadas pelo Libé se limitam a uma mesma resposta : "Este ano não comunicaremos mais as cifras, recebemos instruções neste sentido na segunda-feira". Segundo Bernard Derosier, presidente do Conselho Geral do Norte, "há uma vontade manifesta do governo de não fornecer as informações precisas, porque essas cifras mostrariam a falência do governo em matéria de segurança pública".

Em Toulouse, segundo um sindicato de policiais, em 2007 foram queimados 2400 carros durante o ano. Em 2008, 1941. Em 2009, São Silvestre incluída, mais 2400. Em Strasbourg, cidade que detém a palma deste novo esporte nacional, há um curioso critério de contabilizar as perdas. Se dois carros que estão lado a lado são calcinados, só se conta um.

Claro que, sobre os autores do vandalismo, nenhuma palavra. A França pôs-se de quatro ante a violência perpetrada pelos imigrantes e filhos de imigrantes árabes e africanos.

Se antes se limitava a proteger as origens e etnia dos criminosos, agora maquia as cifras dos crimes.