¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

Powered by Blogger

 Subscribe in a reader

quarta-feira, janeiro 06, 2010
 
MOSOLAMO MATA MITO *


Marchando eu rumo ao Mar Vermelho, me acompanhava, junto com os outros cavaleiros que nos escoltavam, um judeu chamado Mosolamo, homem inteligente, vigoroso e o melhor arqueiro entre gregos e bárbaros, como todo mundo reconhecia. Em certo momento, em que marchavam vários soldados pela estrada, um adivinho obteve um augúrio e julgou oportuno que todos se detivessem. Este homem perguntou pelo que esperavam. O adivinho lhe mostrou um pássaro, dizendo-lhe que se a ave se detinha ali, convinha que todos se detivessem; se ao levantar vôo ia adiante, lhes convinha avançar, mas, se ia para trás, deveriam retroceder de novo. Então o judeu, sem dizer palavra, tendeu o arco, atirou no pássaro e o matou.

Indignaram-se o adivinho e alguns outros e começaram a maldizê-lo. “Por que vos enfureceis, desgraçados?”, respondeu. Logo, pegou a ave entre suas mãos e disse: “Como poderia nos anunciar algo sensato sobre nosso caminho este pássaro que não soube prever sua própria salvação? Se tivesse podido conhecer previamente o que lhe ia acontecer não teria vindo aqui temendo que o judeu Mosolamo empunhasse o arco e o matasse”.

* Flávio Josefo, in Sobre a Antiguidade dos Judeus.