¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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terça-feira, março 09, 2010
 
RECÓRTER TUCANOPAPISTA
HIDRÓFOBO CONSTATA UM
DE MEUS VÍCIOS PERVERSOS



O recórter chapa-branca tucanopapista hidrófobo andou lendo de novo os bons blogs. E me chama de criada Juliana. Resquício de seus dias de comunista. É uma forma pretensamente sofisticada de me acusar de ódio, já que a personagem do Eça era movida a ódio cru. Quem um dia foi comunista fica para sempre marcado na paleta. Toda crítica não é crítica. É ódio. O que me lembra um outro antigo comunossauro, o senador Aloizio Mercadante. Cada vez que surgia uma denúncia das maracutaias de seu partido, erguia os braços ao céus e clamava: "por que tanto ódio ao PT?" Reflexos atávicos de uma mesma família. Como o Dr. Strangelove, os bracinhos do recórter conservam os reflexos do passado infamante. Escreve hoje o recórter em sua coluna:

Lembram-se da Criada Juliana, a louca barbuda que tem delírios eróticos comigo? Que não consegue pensar em outra coisa a não ser em mim? Que me dedica homenagens em suas noites asquerosas? Aquela que chamei na chincha? Pois é. Ela não se emenda. Agora viciou em humilhação. Um leitor me manda a última da velhota. Escrevi num dos posts sobre o Bancoop o que segue em azul:

“O caso Bancoop é uma espécie de escândalo-símbolo ou escândalo-emblema do que é o petismo — ou, mais amplamente, de como se comporta isto que chamo ‘nova classe social’ no poder. Recorri a esta expressão antes do sociólogo de esquerda Francisco de Oliveira; daí empregar a primeira pessoa”.

Aí a criada afirma que estou dizendo que inventei o termo e sustenta que o criador da expressão é Milovan Djilas”. Não há a menor dúvida!!! O vagabundo leu a informação aqui, no meu blog, que ele adora.


E cita textos seus, em que menciona Milovan Djilas desde 2004. Tudo bem. Mas a força de citar Djilas, assumiu a expressão como sua: “isto que chamo”. Acontece que não é ele que chama o fenômeno de nova classe. É o Djilas. E ainda disputa a "criação" com Francisco de Oliveira. Coisas que acontecem nas melhores famílias. Ora, muito antes do recórter ou de Oliveira, esta expressão foi título de um livro dos jornalistas José Hildebrando Dacanal e João Hernesto Weber, de Porto Alegre, intitulado A Nova Classe no Poder. Os autores referiam-se ao governo do PT no Rio Grande do Sul. O livro foi publicado pela Editora Novo Século. Em 1999. Cinco anos antes da epifania do recórter.

Capítulos do ensaio:

- Introdução, o grande hiato: A geração que abdicou. A história do PT e a nova classe
- As 'condições coletivas', a nova classe: perfil e ideologia estratégicas e táticas
- As eleições de 1988: o jogo, as fichas e o resultado
- De enxertias, largas ou longas durações e diferentes temporalidades
- Olívio Dutra Governador
- O PT, a agricultura e o arcaísmo agrário, a vitória do passado e o futuro da nova classe.

O recórter chapa-branca tucanopapista hidrófobo afirma que adoro ler seu blog. Tem toda a razão. Cultivo um vício perverso, o de ler cronistas medíocres. Leio o recórter todos os dias, como também leio, sempre que escrevem, José Sarney, Arnaldo Jabor, Carlos Heitor Cony, Luis Fernando Verissimo, Fernando Gabeira, Lya Luft, Betty Milan, Diogo Mainardi, Marina Silva et caterva. Leio até o Antonio Ribeiro, o plagiador de Veja sediado em Paris.

É a fórmula que encontro para me informar sobre a indigência intelectual do país sem sair de casa.