¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

Powered by Blogger

 Subscribe in a reader

domingo, março 07, 2010
 
RECÓRTER TUCANOPAPISTA
HIDRÓFOBO RIDES AGAIN



O recórter chapa-branca tucanopapista hidrófobo de Veja se pretende criador de neologismos. Há dois anos, pretendia ter criado a palavra pobrismo. Ora, a palavrinha está em El P.r.u.n.: Almazán y el desastre final, de autoria de Bernardino Mena Brito. O livro foi publicado em 1941 e a palavra se difundiu rapidamente pela América Latina, na segunda metade do século passado.

Hoje, o recórter recidivou: “O caso Bancoop é uma espécie de escândalo-símbolo ou escândalo-emblema do que é o petismo — ou, mais amplamente, de como se comporta isto que chamo “nova classe social” no poder. Recorri a esta expressão antes do sociólogo de esquerda Francisco de Oliveira; daí empregar a primeira pessoa”.

Ora, nova classe não é criação do recórter nem de Francisco de Oliveira. Foi cunhada em 1957, pelo escritor montenegrino Milovan Djilas - vice-presidente da antiga Iugoslávia, na época de Tito - em seu livro A Nova Classe – Uma Análise do Sistema Comunista. Djilas escreveu-o no cárcere, para onde havia sido enviado um ano antes, em virtude de suas divergências com Tito. Condenado inicialmente a nove anos de prisão, teve sua pena aumentada quando o livro foi publicado no Exterior.

A expressão ia de encontro às declarações de líderes como Stalin, que pretendiam ter exterminado as diferentes classes sociais durante a revolução comunista. Nova classe tornou-se expressão de uso corrente no vocabulário político do século passado e designava a burocracia privilegiada do partido, que usava o poder em benefício pessoal. Foi o que mais tarde passou a ser chamado de Nomenklatura na União Soviética.

O livro foi traduzido ao brasileiro por Waltensir Dutra e publicado em 1958 pela Livraria Agir Editora, do Rio. Teve nova edição em 1984, pelo Círculo do Livro. O recórter chapa-branca tucanopapista hidrófobo, ao que tudo indica, andou gazeteando suas aulas de marxismo na juventude.