¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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terça-feira, agosto 31, 2010
 
KADHAFI AMEAÇA
VELHO CONTINENTE
COM BOMBA NEGRA



Comentei ontem o desplante do terrorista líbio, recebido por Berlusconi na Itália, que contratou 500 prostitutas para aplaudi-lo. Homenageado com honras de chefe de Estado, o terrorista foi mais longe. Em sua última noite em Roma, Kadhafi ameaçou a União Européia com não bloquear os desembarques de emigrantes africanos nas costas líbias se Bruxelas não lhe pagar cinco bilhões de euros... anuais.

"A Líbia, com o apoio da Itália - disse – exige da Europa cinco bilhões de euros anuais. É do interesse da Europa, porque se não, amanhã, o avanço dos imigrantes poderia convertê-la em África, em um novo continente negro".

Há horas venho afirmando que a imigração é a nova arma que as esquerdas descobriram para destruir a Europa e seus valores. Kadhafi não teve papas na língua. Se bem que a bomba é maior. Não é só negra, mas também muçulmana. Mas onde estamos? Como conceber um país europeu recebendo com honras de chefe de Estado um terrorista árabe que se sente à vontade para extorquir da Comunidade Européia cinco bilhões de euros, sob pena de transformá-la em África? Claro que o fanfarrão não vai levar. Mas é triste ver um país europeu dobrar-se a um celerado.

Enquanto o Ocidente se preocupa com Ahmadinejad, que planeja uma hipótetica bomba atômica, Kadhafi empunha uma bomba já existente, concreta e que conta com quintas-coluna na Europa. O Irã até pode um dia chegar à bomba. Outro problema é transportá-la até o alvo. Quanto à bomba negra, ou muçulmana, como quisermos, já está na Europa e seu poder explosivo só se expande. Se algum dirigente europeu cogita em mandar de volta a seus países os imigrantes ilegais – nem estamos falando dos legais, que também constituem um problema –, não faltam ONGs nem igrejeiros nem esquerdistas que o denunciem como racista.

Desde que me conheço por gente, isto é, há mais de quatro décadas, venho escrevendo contra o Islã. Não por intolerância. Aceito todas as crenças. Que cada um cultue seu deus e boa sorte a todos. Ocorre que o Islã tem uma incontrolável vocação teocrática. Mescla-se com o Estado e o que seria preceito religioso ou, no máximo, preceito ético, vira lei e passa a regular a vida de todo cidadão, crente ou não crente. Creia ou não creia em Alá e seu profeta, em Estados islâmicos você tem de submeter-se a suas diretrizes. E - o que pior - aos preceitos de seus intérpretes, imãs, mulás, aiatolás. A Igreja católica, apesar de manter reflexos teocráticos herdados do Medievo, pelo menos separou-se há séculos do Estado e não mais ameaça com torturas ou fogueiras quando não consegue gerir a vida de todo cidadão. Aliás, até a idéia de inferno anda pouco cotada nos dias que passam.

Para quem vive aqui e daqui nunca saiu, Islã é apenas uma palavra que designa uma religião como tantas outras. O Brasil é um grande caldeirão que absorve todas as raças, religiões e diferenças. Mas se você viveu um dia em países europeus, onde os árabes se encerram em colônias e usam a religião como carapaça protetora, lá terá tropeçado com o ramadã, o muezim, as cinco chamadas às preces, as restrições ao álcool, a ablação do clitóris e infibulação da vagina. Se você teve um dia a chance de visitar países muçulmanos, aquelas cidades onde as mulheres são fantasmas tristes que se esgueiram, lívidas e veladas, pelas ruelas das casbás, você terá visto que Islã não é apenas uma palavra que designa uma religião como tantas outras.

Muitos fossos separam Ocidente e Islã: democracia, voto, liberdade de expressão, direitos do indivíduo. Mas o fosso maior é a mulher. Maior e insuperável. Nenhum diálogo é possível com povos que insistem em proibir o prazer à mulher, mutilando-a sexualmente. Impossível conviver com bárbaros que não permitem que uma mulher saia sozinha às ruas. Tampouco se pode conversar com uma cultura que proíbe a mulher de trabalhar e mesmo de educar-se.

Segundo Fouad Ajami, diretor de estudos do Oriente Médio da Escola de Estudos Internacionais Avançados da Universidade Johns Hopkins, cerca de 260 milhões de indivíduos que vivem, do Marrocos ao Irã, exportam atualmente menos produtos manufaturados do que a Finlândia, que tem apenas cinco milhões de habitantes. Desenvolvimento tecnológico à parte, virtualmente metade da mão de obra de um país é excluída de sua construção. Mas a responsabilidade de suas misérias é debitada ao Ocidente, onde a mulher trabalha ombro a ombro com o homem na confecção do bolo nacional.

Uma voz ergueu-se na Europa, com hombridade, para lembrar algumas verdades que os mais delicados preferem não ouvir, a voz de Oriana Fallaci: "Que sentido tem respeitar quem não nos respeita?" – pergunta-se Fallaci, florentina de cepa. - "Que sentido tem defender sua cultura ou sua presunta cultura, quando eles desprezam a nossa?" Os últimos livros da florentina, que vendem como pão quente na Europa, jamais foram publicados no Brasil. Nossos editores renderam-se ao politicamente correto. Muçulmano não pode ser denunciado. Esta ameaça de Kadhafi à Europa, proferida hoje, ainda não a vi nos jornais do Brasil.

Multidões de árabes estão invadindo a Europa, da Itália à Suécia, da Espanha à Áustria, com suas crenças, mesquitas e idiossincrasias. Onde chegam, já vão exigindo a sexta-feira livre para descanso, pausas diárias no trabalho para as preces, o direito de obrigarem suas mulheres a portar véus - inclusive em fotos de carteiras de identidade -, assistência social para suas quatro mulheres e quinze ou vinte filhos. O ditador líbio vai mais longe. Quer um resgate da Europa. Quer cinco bilhões de euros.

Ou transformamos a Europa neste horror em que vivemos – é o que se deduz de sua ameaça. Não deixa de ter consciência da barbárie que prega. Tanto que ameaça o continente com a miséria da geografia em que vive.