¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

Powered by Blogger

 Subscribe in a reader

terça-feira, agosto 24, 2010
 
QUANTO À MORTE,
BEM-VINDA SEJA!


A questão muçulmana na Europa me preocupa muito mais que o avanço do petismo no Brasil. A candidata terrorista não-penitente, ao que tudo indica, levará suas fichas no primeiro turno. Será o sepultamento político de Serra. Mas o tucano fez por merecer. O PSDB entrou com dez representações contra a presença de Lula na propaganda da Dilma e Serra põe Lula em sua campanha. Pode? Com oposição assim, o governo não precisa de base aliada. Triste é constatar que teremos saudades do Lula. Jamais imaginei que chegaríamos a tal ponto.

Mas isto pouco me preocupa. Desde a eleição do Supremo Apedeuta, deixei de apostar em meu país. Com sua reeleição, perdi toda e qualquer esperança no dias futuros. Que os brasileiros sigam os rumos que elegeram. Não são os meus. Faz vinte anos que não voto e, pelo que intuo, não votarei em ninguém mais pelo resto de meus dias. Não há como optar pelo melhor candidato no Brasil. Optamos sempre pelo menos pior. A este, não darei meu voto.

Quanto à Europa, me preocupo. É nosso berço espiritual, ao contrário do que possam pretender certos movimentos politicamente corretos. Nossa cultura, nossas instituições, não são originárias da África negra ou árabe, mas do velho continente. Tudo que de valor temos vem da França, Espanha, Portugal, Inglaterra, Itália, Alemanha, e não de Ruanda, Uganda ou Nigéria. Muito menos do Kwait, Iêmen ou Arábia Saudita. Somos tributários do Ocidente, com todas suas virtudes e males. Oriente, para nós, é anecúmeno.

Tenho recebido não poucos mails sobre meus artigos comentando a rendição da Europa ao Islã. Em geral, de brasileiras que vivem ou viveram na Europa e amam mais a Europa que os europeus. Estes, já se renderam. Nós, que não temos compromissos com o politicamente correto, ainda não. Me escreve uma leitora:

“Janer, ouvi dizer de uma cidade no norte da Itália, se não me engano na região da Lombardia, onde a maioria já seria muçulmana: açougues especiais, lojas femininas de burkas e etc, feriados, o dia a dia, estaria tudo dominado - estou agora em duvida se o prefeito também é muçulmano. Charles Martel deve estar se revirando no tumulo. Até hoje o Islã tem um nome específico para a derrota deles, à época, mas agora estão conseguindo a revanche. Eles não vão desistir de conquistar- finalmente!- a Europa. Sem qualquer resistência”.

Charles Martel, para quem não sabe, foi quem venceu a batalha de Poitiers, em 732, que salvou a Europa do expansionismo muçulmano, que já havia conquistado a Península Ibérica. Desde de então não houve mais invasões muçulmanas nos territórios francos, e a vitória de Martel é considerada decisiva para a história mundial na medida em que preservou a Europa ocidental da islamização.

Hoje, a Europa está sendo islamizada sem o recurso às armas, mas graças à quinta coluna dos defensores da imigração e dos tais de direitos humanos. Os antigos marxistas não conseguiram destruir a Europa e seus valores com o comunismo, agora pretendem destruí-la com o Islã. O europeu médio abomina os árabes. São as minorias ativistas de esquerda - que estão muito bem postadas na Igreja, imprensa, governo, partidos e instituições - que fazem a defesa histérica dos cabeças-de-toalha.

Em Malmö, na Suécia, a polícia já perdeu o controle da cidade para os muçulmanos. Há anos, os suecos estão fugindo de lá. Penso que, mais um meio século, no máximo um, a Europa estará majoritariamente islamizada. É triste. Fico contente em saber que não estarei aqui para ver isso.

Continua a leitora: “Lembrei-me aqui do Roger Garaudy, muito lido nos idos de 60/70, marxista ferrenho, depois teria virado cristão (?) e depois, segundo li, acabou muçulmano (!). Estranho, não? Foi bem na época em que a URSS começou a investir no Oriente Médio, financiando o posteriormente miliardário Arafat, e tudo que veio junto e está aí até hoje. Teria o Garaudy colocado aí sua pedrinha, neste muro de enganos? Sempre achei estranha aquela trajetória, eu o conheci pessoalmente e ele era um sujeito esquivo, olhar oblíquo, parecia uma pessoa murada”.

Também li o Garaudy nos anos 60. Acho que foi em sua fase cristã, As Perspectivas do Homem. É mais um desses pensadores confusos, em eterna busca de fé. No catolicismo romano estão as raízes do comunismo. As travessias de fronteira são mais comuns do que imaginamos. Não por acaso, o comunismo se instaura no poder na Rússia, um dos bastiões do catolicismo no século XIX. Não por acaso, os partidos comunistas mais fortes da Europa vicejaram na Itália e França católicas. Em Porto Alegre, conheci de perto um desses intelectuais que fizeram este percurso. Chamava-se Jeferson Barros. Começou católico, virou marxista e acabou seus dias observando o ramadã e virando o traseiro para a lua na hora das preces.

Concluí a leitora: “Enfim, não estarei aí para assistir ao desmoronamento de nossa civilização”. Eu também não. É o único consolo que encontro na morte. Não quero ver em mãos de bárbaros aquela geografia que tanto adoro.