DA TIMIDEZ VATICANARecente escândalo no Vaticano revelou que o presidente do Instituto para as Obras da Religião (IOR), Ettore Gotti Tedeschi, e o diretor-geral do Banco do Vaticano, Paolo Cipriani, estão sendo investigados pela polícia italiana pela lavagem de 23 milhões de euros. Ao câmbio de hoje, 53 milhões de reais. A Santa Sé pensa pequeno.
No Brasil se pensa grande. No Amapá, o governador do Estado e sua amante, mais a ex-mulher e outros cupinchas, surrupiaram 300 milhões de euros dos cofres públicos. Em Brasília, o filho da ministra-chefe da Casa Civil, cobrou 450 milhões de reais para obter liberação de empréstimo de R$ 9 bilhões no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Mais um
argent de poche de 40 mil reais durante seis meses.
No Tocantins, a aposta é ainda mais alta. Segundo o lobista Maurício Manduca, “o governador disse que vamos fazer um bilhão de real”. Real assim mesmo, no singular.
Os diretores do banco divino são tímidos. Mas no Vaticano pelo menos impera a caridade cristã. Enquanto Lula jogou sua ministra ao mar, o papa tedesco recebeu hoje o Tedeschi e lhe manifestou seu pontífício apoio.