¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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sexta-feira, novembro 19, 2010
 
BONECAS REAGEM


Quem me acompanha talvez estranhe o título, já que sempre tive respeito pelos homossexuais. Convivi serenamente com eles – e ainda convivo – desde meus tempos de ginásio. Acontece que homossexualismo está virando religião, cujos dogmas não podem ser contestados. Ativistas estão querendo passar no Congresso a tal de Lei da Homofobia, que tipifica como crime qualquer crítica ao homossexualismo. Você pode criticar qualquer comportamento sexual, menos o dos homossexuais. Anátema seja.

Leio que a Universidade Presbiteriana Mackenzie divulgou em seu site, na última semana, uma nota em que se dizia contra a Lei da Homofobia. De acordo com o comunicado, assinado pelo chanceler [reitor] Augustus Nicodemus Lopes, “ensinar e pregar contra a prática do homossexualismo não é homofobia, por entender que uma lei dessa natureza maximiza direitos a um determinado grupo de cidadãos.” A lei torna crime manifestações contrárias aos homossexuais. O texto do reitor segue abaixo.

Pra quê, meu Deus! A nota indignou grupos de defesa de direitos dos homossexuais e especialistas na área. Para o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB Jayme Asfora, a postura do Mackenzie lembra tempos da Idade Média. A universidade está formando seus alunos na base do preconceito, da discriminação, indo de encontro à Constituição Federal. Ela prega, como um dos seus maiores princípios, a isonomia, a igualdade. Todos são iguais perante a lei”, afirma.

Ora, o reitor está seguindo estritamente a religião que professa. O cristianismo proíbe o homossexualismo masculino. Moisés, ou quem quer que tenha escrito o Levítico, é claro: “Não te deitarás com varão, como se fosse mulher; é abominação”. Será que os advogados da OAB vão dizer que a Bíblia está formando seus leitores na base do preconceito, da discriminação, indo de encontro à Constituição Federal?

O reitor do Mackenzie está tecendo críticas a tal de lei de homofobia, direito de qualquer cidadão neste país. Projetos de lei existem para ser discutidos, ou alguém pretende que qualquer projeto apresentado ao Legislativo tem de ser automaticamente aprovado? Se eu nada tenho contra o comportamento homossexual, conheço um monte de gente que tem. Por razões religiosas, educacionais ou mesmo psicológicas. O advogado da OAB lembra a Inquisição. Mas não é também inquisitorial a postura de quem proíbe criticar uma prática sexual? Sem falar que o reitor não está pedindo a fogueira para ninguém. Está apenas defendendo sua fé.

O reitor, intimidado com as reações dos ativistas homossexuais, acabou retirando o texto do site. É uma pena. Abdicou de sua independência intelectual e da liberdade de expressão para ceder à histeria das bonecas. Sim, bonecas. Porque tal censura não é atitude de pessoa que respeite a opinião alheia.

Para o presidente do GGB (Grupo Gay da Bahia), Marcelo Cerqueira, essa é uma postura “esperada” do Mackenzie. “É uma questão de consciência. O que move essa questão do Mackenzie é uma posição reacionária”, afirma. No comunicado, a universidade utiliza o termo “homossexualismo”, que deixou de ser usado por se referir à homossexualidade como doença.

Negro já não se pode chamar de negro, nem bugre de bugre. Agora, pretende-se proibir uma palavra que desde um século atrás define as pessoas que preferem relacionar-se com outras do mesmo sexo. (Segundo o Larrousse, foi cunhada em 1907). No ritmo em que vão as coisas, qualquer dia será proibido chamar comunista de comunista, roqueiro de roqueiro, maconheiro de maconheiro.

Este impasse, eu o vinha anunciando desde há muito. Aprovada a tal de lei, ler a Bíblia em uma escola ou templo passará a ser crime de homofobia. Quem vai ganhar este cabo-de-guerra? De minha parte, duvido que os ditos gays, por mais aguerridos que sejam. Seja como for, a eles resta uma brecha.

A Bíblia não diz nada contra o homossexualismo feminino.