¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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sábado, janeiro 22, 2011
 
DOS LEITORES


Sobre o vigarista prêmio Nobel


Caro Janer

Tudo bem? O comentário que recebeste defendendo o Martin Luther King realmente mostra o poder que estes mitos construídos pela mídia tem sobre alguns e/ou o quanto se ganha por eles. No afã de defender o indefensável, acaba tornando a coisa ainda pior. O trecho que mais gostei da defesa foi aquele que se refere que Luther King atingiu "corações e mentes dos negros", e que isso já prova o valor do cara. Ocorre que sabendo ou não, o autor desta defesa acaba justificando toda a canalha do século passado que também hipnotizou multidões com o culto de personalidade: Stalin, Hitler, Hirohito, Mao, Ho Chi Minh, Kim Il-Sung, Kim Jong-I, etc... . Os vídeos no youtube da época de alguns destes ditadores mostram bem com quem estavam o coração e a mente da maioria das pessoas.

A pérola seguinte também não deixa por menos: "Se querem homenageá-lo, se o próprio presidente o homenageia, quem somos nós para julgá-lo sem ter participado daqueles momentos importantes?" Sei... então porque muitos não participaram da época de Mao, Stalin e Hitler não têm o direito de condenar o que se fez sob seus governos? Melhor ainda, se isto é verdade, então toda a população mais jovem - e que não viveu o regime militar no Brasil - poderá pedir a anulação das bolsas-ditaduras quando o último remanescente daquela época morrer, pois poderão alegar que não viveram naquela época. Institua-se então um novo calendário de santos - devidamente purgados pelo politicamente correto de seus desvios do passado - e nem se estude mais história. Até mais.

Emerson Schmidt



Sobre preços

Creio que não é só isso, caro Janer.

Individualizaste muito bem os impostos e a ânsia do mercado por produtos de ostentação, e essas são causas verdadeiras sim. A última se dá principalmente nesses espaços que eu chamo de espaços de afirmação, como restaurantes, butiques, joalheiras, revendas de automóveis, etc. Mas agregaria outras duas mais, que há anos eu as venho observando na sua despudorada atuação. São os juros e a monstruosa insegurança jurídica do ato empresarial entre nós. Essas são, certamente, mais donas do espetáculo, mais constantes, sistematizadas, afetando fortemente tudo, comércio e indústria, de uma forma muito discreta e silenciosa.

Sobre os juros, tu bem o sabes, o brasileiro foi amestrado lentamente, como naquela estória de cozinhar o sapo na água, a pagar juros não só altos, mas altos e até mesmo a pagá-los quando não toma o dinheiro emprestado, ou seja, quando paga à vista. Quando te dizem que uma coisa custa tanto à vista e que por esse mesmo preço te fazem em 10 vezes, isso significa que a assertiva inicial é falsa. Se insistires muito em um desconto à vista, te darão algo simbólico ou mesmo o velho “nada”.

E não adianta tu procurares a compra do mesmo produto em outro lugar e em condições diferentes. Usando um bordão, afirmo: “está tudo dominado”, pois os bancos e financeiras compraram as fábricas ou as têm nas mãos pelos mais rebuscados caminhos.

Com relação à insegurança jurídica, cabe que lembremos que num país onde tu pões para a rua um empregado que é teu inimigo, inimigo de tua empresa, inimigo de teus planos, e a Justiça do Trabalho manda que tu o reempregues, forçosamente, - não se precisa dizer mais nada. Mas não resisto: num país onde o número de regulamentos tributários é tão vasto que ninguém os domina, o que fazer. Insegurança acaba em custos, ela não tem outra rota ou outro flanco a afetar, não há o que fazer a não ser criar gorduras que signifiquem defesa contra essa coisa.

José Barcellos


Você diz que ICMS, PIS, COFINS, CSLL, IRF, etc. existem há muito... Sim, mas só para ficar no governo Lula, o somatório destes impostos foi aumentado em 20% para financiar o tal "bolsa-esmola". O ICMS, nestes últimos 20 anos, começou com 12%, e hoje tem produtos cuja alíquota é de 33%. Os nomes continuam os mesmos, mas as alíquotas... É isso que explica os preços cada vez maiores.

James Masi Dressler