¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

Powered by Blogger

 Subscribe in a reader

segunda-feira, maio 30, 2011
 
A MENSAGEM DE CRISTINA


Caro Janer,

De antemão, reconheço que a minha crítica não estará à altura da resposta astuta que me espera, porque realmente a sua criatividade é admirável. Porém, como me vejo ligeiramente afetada – me encaixo em 1 ou 2 categorias de inúteis elencadas no artigo - me vejo obrigada a replicar sobre a parte que me toca.

Sou jovem (tenho 31 anos) e doutora em filosofia. Sou mulher também. E além disso, não só onerei o contribuinte brasileiro, como o europeu e o norte americano (e sigo onerando nos dois últimos casos). Ou seja, é possível que seja uma inútil muito bem sucedida.

A minha única crítica ao artigo (já que a réplica e tréplica enviadas por Henrique Codato são suficientes) é com respeito ao que é pesquisar filosofia. A minha hipótese é que você entende que pesquisa em filosofia é fazer história da filosofia. O curso brasileiro em filosofia, implantado com a diretriz francesa, realmente formava intérpretes de filósofos. Porém, o que se faz nos melhores centros do mundo, nos quais estive e ainda estou (como a University of London, Institute of Philosophy, UCLA), está bastante longe dessa prática.

Acho que ambos concordamos que este não é o lugar de explicar o que é a pesquisa em filosofia (já que concordo que o meu trabalho não é buscar/justificar o “objeto” que estudo). De outra forma, se você já concorda com a diferença entre medíocres leitores de filósofos/as e filosofia séria, então não entendo exatamente a campanha de extinção à filosofia.